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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

SOZINHA EM UM DESTINO ROMÂNTICO

Ainda que sua auto-estima seja altíssima, não recomendo à viajante solitária, em absoluto. Mas aconteceu comigo, não propriamente por minha livre escolha. No final de 2004, uma queridíssima amiga, jornalista e carioca, sugeriu uma viagem a Cuba. A princípio, não me interessei, mas acabei aceitando os seus argumentos quanto à oportunidade de visitar a ilha caribenha ainda na era Fidel. Ela pesquisou, escolheu o pacote e a mim coube tão-somente providenciar a transferência bancária. Como ela viria do Rio de Janeiro, combinamos o encontro no próprio aeroporto de Guarulhos, cerca de três horas antes do embarque, no dia 01/01/05, às 23:00 horas. Mas ela não apareceu e o telefone estava desligado. Embarquei com os olhos marejados e apenas no dia seguinte soube que ela confundiu a data do embarque. Isto custou à minha amiga querida a perda integral do pacote e uma internação no pronto socorro por motivo de stress. No avião, dormi como um anjo e apenas ao chegar a Havana me dei conta da situação. O ônibus que nos levaria a Varadero estava repleto de casais em lua de mel, que procuravam ser simpáticos comigo. E, para cada um deles, durante 140 quilômetros, contei minha história, que certamente lhes pareceu inverossímil. Fiquei imaginando que eles suspeitavam que eu tivesse sido largada na porta de igreja. Paciência. Não havia o que fazer.
O resort era maravilhoso, em sistema "all inclusive", e a praia era paradisíaca. O quarto, somente para mim, parecia ainda maior. De dia, eu cuidava de correr na praia e de me esticar na piscina em meio a todos aqueles casais. Como todas as pessoas daquele hotel estavam lendo "O Código da Vinci", que estava no auge de sua vendagem, eu sempre dava um jeito de puxar conversa sobre o significado do livro, entre outros pretextos. E, assim, fui recebendo vários convites para sentar junto com cada um dos pares de pombinhos nos almoços e jantares, nos diversos restaurantes do hotel. À noite, havia shows programados e eu ia assisti-los, procurando não vestir uma roupa espalhafatosa ou provocante. Esta saga durou quatro dias, quando, então, voltamos para Havana.
Na capital a coisa foi muito diferente. Havia muito para ver e, incrível, até mesmo para comprar, principalmente na feira de artesanato. Entre algumas bijuterias baratas, encontrei uma bela boina com a foto de Che Guevara e um belíssimo abajur de murano, que pesou bastante na bagagem de volta e que dei de presente aos meus pais. Mas valeu muito a pena. Aliás, como toda a viagem.
Minha amizade com minha querida amiga não se abalou com este episódio. Ao contrário, sempre que nos falamos, comentamos o fato e damos boas risadas. E, de tudo, aprendi uma importante lição: quando a vida lhe der limões, faça uma gostosa limonada. E, de preferência, jogue rum no copo e acenda um charuto cubano.

(Praia de Varadero, Cuba - foto extraída de http://www.thebestbeaches.org/)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

CONHECENDO UM TEMPLO CHINÊS

Eu nunca fui à China, mas este é um destino que não vou deixar passar. Os que me conhecem pessoalmente sabem que o quanto me interesso pela vida e pela cultura asiáticas. E por isso mesmo, enquanto não chega o dia de eu embarcar fisicamente para aquele país, deleito-me em ler e pesquisar. 
Moro em São Paulo e de tempos em tempos visito o  Templo Zu Lai, em Cotia. O templo é lindíssimo, as construções são majestosas e os jardins são pontilhados de estátuas budistas. Mas você não precisa ser budista para aproveitar o passeio, pois, em termos culturais, já vale sua visita: este é o maior templo da América Latina. A maioria das informações de que você precisa estão no próprio site. Destaco também que, nos finais se semana, você pode se servir no "buffet" vegetariano e sentar-se ao lado dos simpáticos monges. Se você decidir ir em um sábado, poderá assistir a aulas de Tai Chi Chuan e de Kung Fu no magnífico terraço superior ou no pátio principal. Aliás, eu mesma fui aluna de Kung Fu do templo cerca de cinco anos atrás. Bons tempos... Não deixe também de experimentar o chá que é servido livremente aos visitantes e compre pelo menos um dos pães feitos pelas monjas. E, no final do passeio, conheça a lojinha, em que você poderá encontrar souvenirs e bons livros para quem se interessa pelo assunto.
Fica a dica, portanto. Visite, observe e medite no Templo Zu Lai. Garanto que mal você não vai se sentir._/\_

(imagem na entrada do Templo - foto extraída de http://www.rotasdesaopaulo.com.br/)

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

LEVE UM GUIA COM VOCÊ

Não, querida viajante. Não estou falando sobre a contratação de um "personal guide", que é uma profissão nova no mercado e muito interessante. Uma pessoa local programa seus passeios, faz reservas de restaurantes e shows e acompanha você no que for preciso. Pelo que pesquisei, o custo aproximado deste serviço é de US$150 por um período de quatro horas. No nosso caso, porém, estou me referindo ao velho e bom livrinho de bolso que contém informações preciosas sobre a sua próxima aventura. Particularmente, considero imprescindível você comprar um guia de viagem a tempo de lê-lo inteirinho antes da data do seu embarque. É claro que você não vai se lembrar de cabeça de 90% do conteúdo. Mas, acredite, quando estiver no seu destino, as coisas lhe parecerão muito mais familiares se você já tem alguma informação. E esta dica é válida não somente para aquelas viajantes que seguem sozinhas, mas também para aquelas que seguem numa excursão, pois sempre existe algum ponto de interesse que não está programado para o grupo. Tenho minhas preferências pessoais. Gosto demais dos guias publicados pela Publifolha, em especial dos Guias Visuais. Eles são objetivos, claros e agradáveis de ler. Outra opção interessante é o Guia do Turista Brasileiro. A lista de destinos não é muita extensa, mas se você encontrar algo relacionado à sua viagem vale a pena adquirir. Se uma publicação em inglês também pode lhe ser útil, não deixe de comprar um "travel guide" da  Lonely Planet e um "travelbook" da  Fodor's Todos eles são sensacionais e com sorte você poderá encontrá-los nas grandes livrarias e dar uma boa folheada antes de decidir comprá-los. Pessoalmente nunca usei os Footprint Travel Guides, mas eles também são muito bem recomendados em blogs de viagem e listas de discussões.
Agora, se você é a fã número 1 de Steve Jobs, provavelmente dirá que pode encontrar qualquer informação em segundos em seu "gadget" predileto. Isto também é verdade, mas você deve considerar algumas coisinhas antes de descartar o clássico livrinho. Em primeiro lugar, a não ser que você tenha um pacote de dados adquirido no próprio destino, vai gastar muito dinheiro, pois o preço do "roaming" costuma ser bastante elevado. Lembre-se também que em muitos lugares adquirir a permissão do "wireless" vai lhe custar alguns dólares. Por fim, considere também que, em trânsito, você dificilmente conseguirá uma boa conexão. 
Veja bem, querida amiga: a gente já carrega tanta coisa em nossa bagagem que um livrinho ou dois não farão diferença, certo?
E termino esta postagem com uma frase de Mário Quintana: "Dupla delícia. O livro traz a vantagem de a gente estar só e ao mesmo tempo acompanhado".

 (crianças - Kathmandu, Nepal - foto: acervo pessoal)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

DEVAGAR TAMBÉM SE VAI AO LONGE

Você decidiu voar, mas não tão alto assim. A experiência de viajar sozinha lhe parece maravilhosa, mas não lhe parece tão sensacional a ideia de traçar seu próprio plano de voo. Com o passar dos anos, aprendi uma lição que se aplica a todas as áreas da nossa vida. Na dúvida, vá mais devagar. Você nunca perde com isso. Pode reparar que a maioria das enrascadas em que nos metemos aconteceu porque fomos rápido demais. A pressa é realmente inimiga da perfeição e do nosso bem estar.
Querida viajante, se você tem dúvidas e receios quanto a viajar completamente só, compre um pacote turístico. Simples assim. Existem inúmeras agências e operadoras à espera de seu contato. E saiba que além daquelas que estão na mídia o tempo todo, existem muitas outras que podem até mesmo ser opções mais interessantes.
Muitas agências de viagem são especializadas em determinadas cidades, países, continentes. Outras tantas são especializadas em tipos do programa. Hoje em dia é quase certo que você vai encontrar qualquer coisa que imaginar.
Definindo, então, qual é a viagem dos seus sonhos, veja quais são as alternativas disponíveis no mercado antes de fechar com a primeira agência de turismo que consultar. Existem verdadeiros achados por aí. Basta procurar.
Se você optar por um destino mais tradicional, é possível que seu grupo seja bem diversificado. E lembre-se: não há problema algum em perguntar qual o perfil dos demais passageiros que seguirão junto com você. 
Se você, porém, escolher um roteiro que atenda a um interesse em especial, a chance de encontrar outros viajantes avulsos cresce consideravelmente. E a explicação é óbvia: quanto mais específico for o roteiro, maior a dificuldade em encontrar um companheiro de viagem. E isto vale para todos!
Mãos à obra, portanto. Escolha, refine, pesquise. E não se esqueça: não importa se a jornada é curta ou longa. Ela sempre começa com um primeiro passo. Namasté.

(Mesquita Azul - Istambul, Turquia - foto: acervo pessoal)

sábado, 24 de dezembro de 2011

DESEJANDO UM FELIZ NATAL

Nesta véspera de Natal, a única e mais importante dica de viagem que me vem à mente é uma frase de Amyr Klink, a qual bem define as razões para que alguém levante voo rumo ao desconhecido. 
Com a coragem daqueles que acreditam no melhor e com a alegria de uma criança que recebe um presente, o medo imediatamente desaparecerá e dará lugar a uma felicidade nunca antes sentida: "Um homem precisa viajar. por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz fez o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver".
Desejo a todas as viajantes do mundo, verdadeiras Mulheres com Asas, um Natal cheio de Luz!

(crianças em Karla Caves - Karli, Índia - foto: acervo pessoal)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

ENCONTRANDO UM MEIO-TERMO

A vida não precisa ser oito ou oitenta. E nem a sua próxima viagem. Sempre é possível acomodar os seus interesses para que você se sinta mais confortável. Se você não quer organizar sozinha o seu roteiro de viagem pelas várias razões que apontei na última postagem (http://mulherescomasas.blogspot.com/2011/12/definindo-seu-estilo.html), é possível que fique imaginando se vai encontrar um que atenda aos seus mais legítimos sonhos. Calma, querida viajante. Saiba que existem inúmeras operadoras que proporcionam roteiros personalizados, permitindo que você desenhe exatamente o que quer fazer. E nem sempre esta customização custará mais caro prá você, porque elas trabalham com acordos e parcerias que oferecem, muitas vezes, inúmeras vantagens. A Fundação Procon explica de forma simples a diferença entre a agência de viagem e a operadora. Sendo assim, esta solução intermediária pode ser muito interessante porque permite que você delegue toda a organização a um profissional e, ao mesmo tempo, não abra mão do que imagina ser o ideal para você. De uma certa forma, este é o melhor dos dois mundos! Demais, né? E lembre-se: para quase tudo na vida, querida amiga, existe um bom conselho, uma interessante sugestão e uma ótima solução! Afinal, é para isso que as amigas servem, não é mesmo?

(mulheres indianas - Delhi, Índia - foto: acervo pessoal)

DEFININDO SEU ESTILO

As mulheres são todas iguais mas são muito diferentes. De fato, não dá para negar que aquilo que funciona para uma viajante pode ser uma inesgotável fonte de aborrecimento para outra. Explico melhor: se você, por exemplo, não quer ter qualquer trabalho para a organização da sua viagem ou mesmo se a ideia de fazer reservas "on line" nem passa pela sua cabeça, aconselho que você procure um bom agente de viagens e compre um pacote turístico. Veja, isso não quer dizer, em absoluto, que você terá necessariamente que andar grudada com os demais passageiros 24 horas por dia. Aliás, hoje em dia ninguém obriga ninguém a participar dos passeios programados, de modo que, a rigor, você pode comprar um pacote e permanecer sozinha todo o tempo, caso prefira assim. Por outro lado, se você não se sente à vontade para fazer sua própria programação local, sempre terá a opção de estar junto com os demais passageiros. E acredite: nas vezes em que viajei neste formato, as pessoas sempre foram super simpáticas e acolhedoras comigo. Esta é, portanto, uma opção perfeitamente válida.
Mas se você é daquelas viajantes mais destemidas e que, como eu, adora fuçar tudo o que existe na face da Terra, deve considerar montar sua própria viagem. Para isso, existem inúmeros blogs e sites confiáveis com informações de viagem, assim como cotações de preços de hotéis, passagens, passeios, aluguel de carro e tudo o mais que você precisar. O acervo de informações é infinito e, no início, você pode sentir-se um pouco perdida. Para dar uma mãozinha, porém, e é para isso que o blog existe, vou filtrar os sites mais interessantes para cada assunto e em pouco tempo você vai estar bastante familiarizada com tudo, pois, na verdade, eles não são tão diferentes assim. Menos mal. Aliás, pensando bem, alguém duvida que organizar sua própria viagem é uma das coisas mais incríveis na vida da gente?

(city tour NYC, USA - http://www.graylinenewyork.com/ - foto: acervo pessoal)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ESCOLHENDO A VIAGEM CERTA

O título deste "post" parece óbvio mas não é. Sei de algumas histórias não muito bem sucedidas que aconteceram pelo simples fato de que a viagem não foi bem escolhida. De todo modo, a menos que você seja pega por um vulcão ativo ou por um tsunami, quase tudo que acontece dá prá consertar e não é impossível transformar uma opção ruim numa viagem razoável. Mas o bom mesmo é que você escolha muito bem o seu destino.
E como fazer isso? Num primeiro momento, existem 3 perguntas imprescindíveis que você deve se fazer: 1) quanto tempo tenho disponível?; 2) quanto pretendo gastar?; 3) que tipo de viagem pretendo fazer?
A primeira pergunta já define muita coisa. Se, por exemplo, você tem somente uma semana livre, não adianta querer fazer malabarismos e conhecer mil lugares. É claro que tem pessoas que gostam de viagens corridas e de conhecer várias cidades e até países numa mesma oportunidade. Porém, se você vai sozinha, não aconselho que faça isso, pois há uma chance enorme de que sua viagem seja estressante e de que você não aproveite os lugares como poderia.
Quanto à segunda pergunta, é recomendável que você seja bem realista quanto ao seu orçamento. Ir viajar e não poder conhecer alguns lugares interessantes ou comer pelo menos uma vez num bom restaurante pode ser um pouco frustrante. Além disso, você deve considerar o destino da sua viagem para dar uma margem maior ao seu "budget". Existem lugares em que você não vai gastar mais do que algumas poucas notas em artesanatos locais. Já outros destinos incluem compras e se você for com o orçamento muito apertado ou vai ficar chateada ou vai demorar para colocar sua fatura de cartão de crédito em ordem.
Por fim, você precisa definir muito bem o que deseja. As escolhas são inúmeras: relaxar numa praia tranquila, agitar numa metrópole, praticar turismo de aventura, explorar a cultura local, conhecer roteiros gastronômicos, meditar numa viagem zen... Não dá prá esgotar em poucas linhas as infinitas possibilidades e combinações.
Então? Já escolheu? Se ainda não, o que eu recomendo é que você converse com outras viajantes e que pesquise na web. Olhe tudo, vire as páginas de viagem do avesso, veja fotos e lembre-se: informação nunca é demais! Por hoje é só. Grande beijo da Vivi.

(Globe Sculpture - Columbus Circle, NYC, USA - foto: acervo pessoal)

COMEÇANDO A JORNADA


Mais um feriado está chegando. Ou, talvez, suas merecidas férias e, de novo, você não tem companhia nenhuma prá viajar com você. Você acabou de se separar e seus filhos vão passar as férias com o pai. Ou eles já estão bem grandinhos e não querem nem pensar em ficar com você. Ou então você é solteira, sem filhos, não está enrolada com ninguém e não encontra nenhuma amiga disponível.
As situações são inúmeras, mas a vontade é uma só: "quero viajar". E por que não? Infelizmente, são muitos os motivos que desanimam as mulheres de entrar nesse barco... Mas fazendo um resuminho com base nas dezenas de mulheres com quem conversei sobre o assunto ao longo de anos, o que impede uma mulher de viajar sozinha é o medo do desconhecido, de possíveis perigos e dificuldades e, principalmente, o medo de sentir-se solitária.
É claro que todos esses receios são absolutamente normais, a não ser que você seja uma pessoa totalmente alienada ou inconsequente... Mas são preocupações perfeitamente contornáveis e posso garantir que para cada uma delas existe uma solução real!
Já viajei sozinha muitas vezes por livre e espontânea vontade, mas também sem querer, porque em três ocasiões diferentes meus (minhas) companheiros (as) de viagem acabaram furando em cima da hora. E o que seria motivo prá desistir ou prá chorar acabou ficando prá trás e segui em frente assim mesmo, no susto!
Sendo assim, antes de dizer um "não" definitivo à ideia, convido você a partilhar comigo e com outras Mulheres com Asas as nossas experiências. Seja muito bem vinda!

                                                                                   (foto tirada na janela do navio Grand Celebration - acervo pessoal)