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quinta-feira, 26 de abril de 2012

AS RAZÕES DE UMA ROSA

Em exatos trinta dias, partirei para uma jornada inteiramente nova e desafiadora. Fui aprovada para cursar o Mestrado em "Comparative Law", que terá lugar na Universidade de Samford (USA) e na Universidade de Cambridge (UK). Embora estas últimas semanas tenham sido corridíssimas, já que agreguei à minha rotina muitas aulas de inglês jurídico e estudos direcionadas, posso dizer que estou longe de um estado de exaustão. E isso porque estou muito animada com este mais novo projeto de vida. Vou fazer o chamado "Programa de Verão", de modo que condensarei todos os créditos do Mestrado em quatro meses (junho/ julho de 2012 e 2013), em sistema de regime praticamente integral de aulas. E como o escopo do curso é o estudo comparativo da normatização constitucional americana e europeia, passarei os meses de junho nos Estados Unidos e os meses de julho no Reino Unido.
A sede da Universidade de Samford fica no Estado do Alabama, mais precisamente em Birmingham, que, por sua vez, fica a 137 km da Capital, Montgomery. Quando recebi a brochura do curso, percebi que não tinha uma noção muito clara de onde ficava este Estado e fiquei pensando se seria mesmo uma boa opção concorrer a uma vaga. Constatando, porém, que metade do curso seria em Cambridge, considerei que já valeria a pena tentar e, assim, acabei fazendo as provas de admissão e sendo aprovada em terceiro lugar.
Comecei, então, meu específico preparo, que incluiu uma pesquisa preliminar sobre o tema da minha tese futura e que certamente abrangerá alguns estudos mais aprofundados sobre os direitos fundamentais do ser humano. E, assim, a par do meu trabalho cotidiano e de todas as minhas demais atividades, venho me dedicando também a esta viagem.
Três dias atrás, após cerca de três horas de concentrada pesquisa sobre o tema do trabalho, resolvi fazer uma pausa e comecei a pinçar algumas informações sobre o meu destino. Logicamente, fui primeiro ao mapa dos Estados Unidos e, depois, passei a aferir aqueles óbvios dados concernentes à demografia, geografia, economia e história. E, em meio à clássica navegação pelos tópicos da Wikipedia, tive o prazer incomensurável de deparar-me com a Sra. Rosa Louise McCauleya, conhecida como Rosa Parks, nascida na Capital do Alabama em fevereiro de 1913 e falecida em Detroit em outubro de 1995. O que tornou esta mulher tão conhecida foi um fato ocorrido dentro de um ônibus no dia 1o. de dezembro de 1955, quando ela se recusou a ceder seu lugar a um passageiro branco que seguia no interior do coletivo. Rosa foi presa e acabou sendo liberada mediante o pagamento de fiança. E o mundo mudou a partir de então. A comunidade negra local indignou-se com a prisão da costureira e um jovem e desconhecido pastor protestante foi convidado a liderar um boicote ao transporte coletivo pelo período de 24 horas. Nem Rosa e nem seu colega pastor, que atendia pelo nome de Martin Luther King Jr., imaginaram que esta singela ação perduraria não por um, mas, sim por exatos 381 dias, e que desencadearia o mais significativo movimento anti-segregação racial já visto na América.
Três anos antes de sua morte, Rosa deu uma entrevista na qual justificou sua atitude dizendo que, naquele dia, seus pés estavam doendo. Ela acrescentou também que, a despeito da legislação vigente na época, simplesmente sentiu que tinha o direito de permanecer ali e de ser tratada como qualquer outro passageiro.  De uma certa forma, Rosa estava em sintonia com o que seria dito em Washington, em 1963, quando o pastor, ao tratar da união e da coexistência harmoniosa entre negros e brancos no futuro, pronunciou a célebre frase que o tornou universalmente conhecido. 
Ao que parece, Rosa, oito anos antes, também já tinha o seu sonho, que, para ela, transformou-se em realidade sem que precisasse pegar em armas ou gritar em praça pública. Sua voz silenciosa foi além e suficiente a cessar uma tradição de desigualdade. Rosa nunca foi vaidosa e nunca se despojou de sua simplicidade, nem mesmo quando, já célebre, ainda atribuía a seu cansaço um ato que veio a mudar a história da humanidade. 
Se Rosa estivesse viva, eu levaria rosas a ela na minha chegada ao Alabama. Terei o máximo prazer, porém, de me esforçar em manter viva a sua memória e de homenageá-la por ocasião da apresentação de minha tese final. Rosa Parks é um nome a ser eternamente reverenciado para jamais ser esquecido. E para ser invocado a nós mesmas em todos os dias das nossas vidas. 

(Nike of Samothrace - Jasmine Hills - Montgomery, Alabama - foto extraída de http://davidrwetzelphotography.wordpress.com/)

quarta-feira, 25 de abril de 2012

LIBERDADE EXISTE?

Para quem não sabe, mantenho no Facebook uma página oficial e um grupo de discussão, ambos homônimos deste Blog. Tem sido uma experiência muito amorosa e enriquecedora dividir o afeto e a amizade com muitas Mulheres Com Asas, que, ali, têm a possibilidade de compartilhar os seus sentimentos e as suas vivências. Como já comentei anteriormente, este Blog nasceu da vontade de contar a outras mulheres como tem sido viajar sozinha há mais de quinze anos, para destinos muito variados. E, de uma certa forma, ele tem alcançado a sua missão, pois muitas mulheres me escrevem para narrar que tomaram a decisão de empreenderem seu primeiro voo solo depois de conhecerem um pouco mais a dinâmica desta  espécie de jornada.
Curiosamente, alguns homens também me escrevem e participam ativamente da página oficial e do grupo, o que, na realidade, revela-se alentador. Para as céticas de plantão, informo que pude apurar que existem, sim, muitos homens sensíveis, compreensivos e que se interessam pela alma feminina. Há uma luz no fim do túnel.
No dia de hoje, um dos leitores do sexo masculino e que não conheço pessoalmente, fez duas postagens no mural do grupo, afirmando, categoricamente, que não existe independência e que a liberdade é uma ilusão. Confesso que, à primeira vista, os comentários me pareceram um pouco inadequados para o conteúdo da página. Lembrando-me, porém, que estou numa empreitada no sentido de compreender melhor as atitudes e pensamentos humanos, recuei dois passos em meu julgamento condenatório e achei melhor repensar, por mim mesma, as colocações daquele leitor. E passei a me perguntar, então, se a liberdade existe mesmo ou se me encontro vivendo em um universo paralelo e totalmente dissociado da realidade.
Não me filio a nenhuma linha religiosa específica. Porém, devo admitir que, em grande parte, a filosofia oriental atende aos meus mais legítimos anseios de ter respondidas aquelas perguntas primordiais que formulamos desde o dia em que começamos a raciocinar.
Sendo assim, é claro que entendo perfeitamente que o universo, dentro dos limites de grandeza que podemos vislumbrar, é uma gigantesca teia de interações, quer percebamos ou não. Até o nosso piscar de olhos provoca imperceptíveis movimentos na atmosfera, os quais, reverberando, produzem reflexos concatenados a interferirem na dinâmica atômica de todo o planeta. E, sob esta ótica, é possível mesmo afirmar-se sobre a interdependência de todos seres.
Liberdade é outra coisa. Embora estejamos associados e interligados a tudo o que existe de material e imaterial, há algo dentro de nós que parece ser exclusivo. Dependendo da sua crença, filosofia ou religião,  você poderá chamar essa essência de alma ou de espírito. Até mesmo se for ateia, há de concordar que suas ondas cerebrais atuam numa frequência diferenciada, capaz de tornar você um ser humano único.
E é justamente o reconhecimento desta individualidade que permite aos seres humanos sentirem-se livres,  haja vista que, neste estágio de consciência, você não se interessa em imitar alguém ou ser outra pessoa que não você mesma. Até porque é impossível emular as sutilezas da mente humana.
E é por isso que eu defendo, sim, a ideia de que a liberdade existe e que não está atrelada a nenhuma condição, tal seja o seu estado civil, origem, raça, idade, aparência ou capacidade econômica. E ela existe porque dentro de você há algo que é só seu e que é intangível a tudo o mais que possa existir. E exatamente  porque passa ao largo de todas as considerações humanas, aquela centelha elementar que ilumina o seu ser  permite que nela você inspire seus mais elevados sentimentos, como alguém que acende um fósforo na chama de uma vela. 
E se você quiser reformular sua linha de raciocínio, pergunte a si mesma por que a liberdade não haveria de existir se dentro de você há um universo inteiramente seu.
Não sou dona da verdade e nem sei se ela tem dono. Mas tenho, para mim, que o expoente máximo da liberdade consiste em sentir e agir de maneira coerente com os contornos do seu Jardim do Eden, que não está sujeito à avaliação de mais ninguém. Ali, você faz o que deseja, arruma e planta como quiser, pinta, borda, dança, corre, voa, escreve, canta, encanta-se e sacia sua sede em fontes cristalinas. Chora e ri. Cai e levanta. E isso não é da conta de ninguém. 
Não desrespeito a incredulidade e apenas lamento que não tenho como provar que a liberdade realmente existe. E sei que ela existe porque a vejo dentro de mim. Acredito naquilo que quero acreditar. E isso também é liberdade.
E se alguém ainda duvida e quer pelo menos um pequeno indício de que ela é real, lembre-se que mesmo sem o seu corpo físico você ainda é você. E lembre-se também que até um prisioneiro é capaz de sonhar e de contar as estrelas do céu.

(Aurora Boreal e Vulcão Hekla em erupção - Islândia, 1991 - foto extraída do Google)

terça-feira, 24 de abril de 2012

O RITUAL NOSSO DE CADA DIA

Minha primeira experiência com Kava aconteceu na minha segunda noite em Fiji e confesso que foi bem menos impactante do que eu imaginava. Sistemática que sou, ainda antes da minha viagem, tratei de pesquisar acerca da legalidade da bebida e também quanto a possíveis efeitos colaterais. Eu não queria ter problemas com a lei a milhares e milhares de milhas do meu país. Além disso, eu estava viajando sozinha e não seria nada recomendável que eu me colocasse em estado de torpor ou até de inconsciência.
Para quem não sabe, Kava é uma planta típica das ilhas do Pacífico Sul e seu modo de preparo varia de  acordo com o vilarejo e com a tribo. Nas três diferentes ilhas em que acompanhei todo o processo, foi usado o mesmíssimo método. Primeiro, a raiz deve ficar completamente seca. Depois, ela é moída até transformar-se em pó. Por fim, este pó é misturado em água fria até dissolver completamente.
Na cerimônia, apenas o chefe prepara o Kava e, para tanto, ele utiliza um recipiente côncavo de madeira denominado Tanoa. Uma metade de casca de coco, então, é introduzida na tigela e utilizada para retirar o líquido e, assim, os participantes bebem esta espécie de infusão.
Como minhas pesquisas apontaram para a legalidade da bebida em muitos países ocidentais, como Estados Unidos e Austrália, permiti-me participei de uma celebração.
Como eu era novata no grupo, foram pronunciadas algumas palavras ritualísticas para a minha iniciação. Pedi para o chefe colocar apenas um pouco da bebida, até porque me informaram que aquele meio coco deveria ser ingerido como quem vira um "shot" de tequila numa noite caribenha. Educado e respeitoso, fez chegar às minhas mãos somente um fundinho da bebida, que tomei de uma só vez, sob a observação de todo o grupo.
A cor é amarronzada e o gosto é de terra. Fiquei pensando, então, que raios eu estava fazendo ali, até porque minha língua amorteceu por uns cinco minutos. 
Passada a sensação inicial, muito mais de receio do que de prazer, e depois de constatar que não tive nenhuma reação estranha ou indesejável, ali permaneci pelo resto da noite, mas recusei a segunda rodada. e todas as subsequentes. 
No dia seguinte, tive a oportunidade de conversar com literalmente dezenas de fijianos e fui mais a fundo no assunto. Beber Kava faz parte da cultura nacional como quem bebe um café preto ali na esquina. Embora a origem possa ser religiosa ou medicinal, como me contaram por lá, o fato é que hoje a bebida possui um caráter altamente social, que faz lembrar aquilos amigos na faixa dos cinquenta anos que se reúnem para acender um charuto de qualidade numa quinta-feira à noite. Nada mais do que isso. E descobri, também, que se você, como turista, não sentar-se todas as noites numa rodinha de violão para compartilhar a bebida, será considerada indelicada, desrespeitosa e deselegante.
Sem muita saída, sucumbi a esta bebida nas doze noites que passei em Fiji. Como resultado, não notei nada demais, a não ser, verdade seja dita, que ela realmente confere um certo relaxamento associado a uma leve euforia. Mas nada muito sério. Esta bebida é bem menos insidiosa que a caipirinha de Vodka de sábado à noite.
E assim foi minha estada em Fiji. Muitas atividades à luz do sol e momentos de congregação à noite, onde tive a oportunidade de ouvir histórias incríveis, de ouvir músicas tocantes e de sentir o aroma da fogueira crepitando logo ali, bem debaixo da lua cheia e bem ao lado das ondas azuis do Pacífico.
Fiji é um outro mundo, acredite. Quando você atravessa aquele portal, deve esquecer seus próprios paradigmas. Estar em Fiji é como estar em uma escola em que você treina sua capacidade de não julgar e de não comparar. 
As experiências ali são marcantes. As pessoas são gentis e alegres. A natureza é imponente e exuberante. A paz é obrigatória e inevitável. E participar daqueles rituais cotidianos é mergulhar em uma cultura rica, autêntica, orgânica. São muitas as sensações que invadem e inebriam o seu ser. Sob os efeitos da Kava, ou não.

(Cerimônia de Kava - foro extraída de http://www.islandgetawaystravel.com/)

domingo, 22 de abril de 2012

MEDA DAU DOKA

Ou "God Bless Fiji" é o refrão do Hino Nacional da República de Fiji (em fijiano: Mataniku ko Viti), país insular da Oceania, que faz fronteira marítima com Tuvalu e com o território francês de Wallis e Futuna ao norte, com Tonga a leste, e com o território francês da Nova Caledônia, com Vanuatu e com as Ilhas Salomão a oeste. A sul, a terra mais próxima corresponde às ilhas neozelandesas de Kermadec, mas estas ficam bem distantes (fonte: wikipedia).
Uma viagem a Fiji não é uma viagem qualquer. Para começar, é um pouco complicado chegar até lá e não raras vezes você precisará de uma logística e tanto. Primeiro, tem a questão do fuso. Se você estiver partindo dos Estados Unidos, deverá considerar que necessariamente atravessará a Linha Internacional de Mudança de Data, a qual nada mais é que um marco imaginário que, por convenção internacional, muda a data civil da Terra. No meu caso, parti de Honolulu em uma sexta-feira de manhã e, após poucas horas de voo, aterrissei em Nadi quando já era sábado à tarde. É como seu eu tivesse "envelhecido" um dia na minha ida. Felizmente, retornei à minha idade real quando voei de volta aos Estados Unidos cerca de doze dias depois.
Mas não só. Você deverá ter em mente exatamente o que deseja em Fiji, pois a mobilidade ali não é muito fácil. A ilha principal de Fiji chama-se Viti Levu, onde se localiza a Capital, Suva, e também a cidade de Nadi, onde chega a maior parte dos voos internacionais. Por incrível que pareça, estas cidades ficam em exatos dois opostos da ilha, motivo pelo qual nem cheguei a ir até a Capital.
Esta ilha central possui uma área geográfica infinitamente maior que as dezenas de arquipélagos e suas pequenas ilhas que a contornam. Não é, porém, paradisíaca, o que significa dizer que você deverá escolher um grupo de ilhas do seu interesse e para lá se encaminhar.
Como eu havia reservado um bom período para este País, dividi minha estada em dois locais completamente distintos. Fiquei cinco dias no Robinson Crusoe Island Resort, que fica numa pequena ilha em Natadola Beach, e cinco dias no Blue Lagoon Beach Resort, numa super distante ilhazinha no Yasawas Group. Além disso, passei a primeira e a última noite em Nadi, no Smugglers Cove Beach Resort.
Explico melhor. Quando você chega a Nadi, deverá pernoitar em algum dos hotéis próximos ao aeroporto. E isto porque todo o transporte para os locais de maior interesse sai no período da manhã, o que significa dizer que você deverá estar pronta para partir antes das oito. Não importando, pois, seu horário de desembarque em Fiji, tenha já sua reserva feita em hotel próximo ao aeroporto. Em quase todos estes hotéis de chegada há programações noturnas, que incluem música local e a cerimônia de Kava. O Smugglers é um hotel simples, mas que atende bem a sua finalidade. Além disso, possui um serviço gratuito para apanhá-la no aeroporto, onde, aliás, você já deverá fazer o câmbio de seus dólares americanos para dólares fijianos. Lembre-se que você terá contato com vilarejos locais e que muitos serviços e produtos só aceitam mesmo a moeda dali. Nos hotéis, porém, você paga com cartão de crédito sem problemas.
Neste primeiro dia em Fiji, é bom que você se acostume com duas palavras locais que vai ouvir a cada cinco minutos. A primeira é "Bula". "Bula" é uma expressão usada para dizer olá, bem-vindo, saúde, vida. E quando alguém se dirigir a você num alegre "Bula!", responda de igual maneira. É a maneira mais delicada  e apropriada de se comunicar com os fijianos.
A segunda palavra é "Vinaka", que significa obrigado. Estando em um país completamente diferente do seu, é de bom tom que sua interação seja feita desta maneira, embora todos ali falem inglês fluentemente. Seguindo estas regrinhas, você começará muito bem a sua experiência.
Fiji é exótica, tranquila e intrigante. Seu povo é extremamente bem humorado e receptivo. E isso não acontece porque você está ali na qualidade de turista. Eles são realmente assim. 
Se você for uma pessoa totalmente urbana e consumista, não recomendo que vá a Fiji. Mas se você quiser estar em meio à natureza exuberante e à simplicidade da vida, posso dizer que ali é o seu lugar. E, para isso, pouco importa que você esteja em um hotel "budget" ou num "five star resort". Em Fiji você será sempre bem recebida, pois os fijianos, como pessoas abençoadas que são, não fazem distinções com relação à sua capacidade econômica, idade, sexo, raça, propósito ou intenções. Eles se dedicam ao contentamento dos seus visitantes de forma irrestrita e não desejam nada em troca. Eles conhecem a beleza que têm ao seu redor e manifestam profundo respeito por sua casa. Eles temem a Deus e amam os seres humanos. 
Os fijianos são especiais e felizes como ninguém. São devotos da liberdade, da natureza e de sua fé. E, com orgulho, assim entoam seu hino: "For Fiji, ever Fiji, let our voices ring with pride, her name hail far and wide, a land of freedom, hope and glory, to endure what ever befall. May God bless Fiji, forever more!". Bula forever.


sábado, 14 de abril de 2012

MEU LUGAR NÃO É NO PARAÍSO

Dividi minha última viagem em etapas distintas. A primeira delas foi a Califórnia. A segunda foi o Havaí. A terceira foram as Ilhas Fiji. Por ser considerado um destino exótico, muitas pessoas ficam curiosas em saber como é a vida naqueles confins do Oceano Pacífico e como tinha sido a minha experiência de participar de uma típica cerimônia de "kava". Muitos perguntam, também, qual meu lugar preferido dentre os tantos que visitei, já que contabilizei, literalmente, dezenas de cidades na costa e pelo menos seis ilhas nos dois arquipélagos.  É claro que é sempre muito difícil eleger um só lugar, pois cada um deles tem particularidades muito diversas. Mas eu tenho o meu preferido, sim. A ilha de Maui.
Maui é um dos cinco condados que compõem o Estado do Havaí e fica a cerca de meia hora de voo de Honolulu, que se situa na ilha de Oahu. Com um pouco mais que cem mil habitantes e com um pouco menos que dois mil quilômetros quadrados, Maui, para mim, é a mais fiel representação da perfeição da face da Terra.
Para começar, o clima é maravilhoso durante todo o ano, o que dispensa maiores comentários. Além disso, as belezas naturais da ilha são tantas e tão diversas que você chega a pensar que nem em uma vida inteira você seria capaz de esgotar o êxtase e o encantamento que as sucessivas paisagens provocam em sua alma. Por fim, Maui tem uma infraestrutura maravilhosa, com excelentes hotéis, restaurantes, lojas, atividades e tudo, mas tudo mesmo, que você puder imaginar.
Maui é o destino de muitos casais que pretendem trocar as alianças em uma praia deserta. É também um dos pontos prediletos para a celebração da lua-de-mel ou para a renovação anual dos seus votos. Eu mesma, se estivesse casada, usaria este pretexto para retornar à ilha todos os anos da minha vida enquanto durasse o meu matrimônio. E, mesmo que o casamento acabasse, provavelmente eu invocaria as mesmas maravilhas para continuar visitando a ilha, ano após ano.
O melhor local para ficar é na costa Oeste da ilha, sendo que a opção pelo Norte ou pelo Sul é uma decisão que tem a ver com o seu bolso e com o seu gosto. Se você for muito sofisticada e não tiver qualquer restrição financeira, sugiro que você fique em um dos maravilhosos resorts de Wailea, ao Sul da ilha. Lá, além de acomodações espetaculares, você ainda poderá gastar seus incontáveis dólares no The Shops at Wailea, que dispensa apresentações.
Se você, porém, é completamente apaixonada pelo mar e pretende fazer atividades aquáticas e sair de barco todos os dias, recomendo que fique em Lahaina, onde se localizam o porto e uma vilazinha bem simpática cheia de lojinhas e restaurantes. 
Agora, se você pretende surfar e for mesmo uma profissional, deve ficar ao Norte da ilha, entre Kaanapali e Kapalua, ou em Jaws, onde as ondes são violentas.
Eu não fiquei em nenhuma desta áreas e optei por Kihei, região onde se concentra o maior número de hotéis e condomínios. Se você pesquisar, encontrará North Kihei e South Kihei. Escolha o Sul, pois os hotéis e a infraestrutura vão melhorando nesta direção, já que a extremidade desta área bate em Wailea, aquele lugar maravilhoso que mencionei. Fiquei no Mana Kai Hotel, com vista para o mar e tudo à mão. E aqui passei cinco dias incomensuravelmente felizes.
Mergulhei em Molokini Crater, fiz um rafting a motor até a ilha de Lanai, participei do Whale Hawaii Ocean Project, conheci Makena e outras praias lindas do Sul, fiz snorkel quase todos os dias e aprendi Stand Up Paddle. Fiz amigos, comi bem, bebi drinks maravilhosos, torrei ao sol e até emagreci. Aliás, fiquei tão encantada com Maui que passei algumas horas em escritórios imobiliários pesquisando algumas opções para compra.
O mundo ali é tão perfeito e completo que elejo Maui como um dos melhores lugares do mundo para se visitar e viver. De lá, voltei triste para Honolulu e só me animei de novo quando embarquei para Fiji, que relato na próxima postagem, e que é calma, quieta e maravilhosa como o próprio paraíso. Amei Fiji de paixão, mas meu coração estará sempre em Maui, a quem devoto meu eterno amor e gratidão. 
Aprendi muito em Maui, sobre a natureza, sobre a vida e sobre mim mesma. Conheci melhor o meu ritmo e as minhas necessidades. Descobri que a quietude e a contemplação passiva, ao menos naquele momento, não eram para mim. E deparei-me com uma verdade surpreendente: foi em meio à atividade positiva e à imersão completa em um ambiente vivo e rico que fui verdadeiramente feliz.

(Surfista em Maui, Hi, USA - foto extraída de http://favim.com/)


quarta-feira, 11 de abril de 2012

NUNCA PARE DE REMAR

Um dos encantos da vida é aprender a observar que nada está parado. Tudo flui, segue, gira, cresce, muda, modifica-se. O estático é uma ilusão da mente. As células envelhecem. Os elétrons vagueiam ao redor do núcleo do átomo. E o tempo, que intuitivamente não para, na verdade sequer existe, de acordo com a concepção socrática.
Se estas afirmações parecem ser verdadeiras, não faz qualquer sentido buscar a estagnação. A ausência de impulso e de transformação do ser humano não se harmonizam com o fluxo da vida. E o querer reter, prender, conservar e manter também se insere no campo das atitudes que desafiam o ritmo da existência.
Há pouco menos de um ano, tive uma séria lesão na coluna que, ao menos até agora, impediu-se de voltar a montar. E você não imagina como eu sinto falta dos meus amigos equinos, do cheiro do campo, das cores das flores, da garoa no rio, dos cabelos ao vento. Não sei se um dia volto. Mas se eu puder voltar, estarei retornando a raízes profundas e correrei por vales, montanhas, estradas e regatos até entender o mito da criação e alguns dos mistérios da vida.
Mas não pense que estou parada. Uma impossibilidade momentânea não precisa significar a sua paralisação. Você tem que procurar outra coisa para aprender, estudar outras maneiras de fazer e desenvolver outras partes do seu corpo e da sua mente.
E foi assim que livrei minha alma do aprisionamento neste último ano. Escolhi outros caminhos e outros desafios. Vou contar como foi.
Primeiro, mudei de habitat. Troquei a terra quente e seca pela água fresca e apurei meu gosto pelo mundo subaquático. Vi peixes, crustáceos, corais e muitas outras formas de vida que eu jamais imaginei que pudessem existir. Depois, desci a um universo antes impenetrável. Aprendi a mergulhar e compreendi que até mesmo para os nossos pulmões existe uma alternativa. Nadei com golfinhos, baleias e tubarões e, nas profundezas de oceanos cristalinos, encontrei cores e movimentos inusitados. Dancei ao redor de embarcações submersas e percorri labirintos e túneis com vagar e precisão.
Num terceiro momento, voltei à superfície. Viajei em  motores, velas e remos e senti outras temperaturas e sensações esbarrando em minha face. A velocidade é inebriante e tudo aquilo que te transporta é realmente capaz de te levar muito além. Mas desta vez eu não conduzi. Deixei-me ser guiada e em tais momentos de rara contemplação apenas me entreguei.
E então era hora de voltar ao comando. Fazia tempo que eu não segurava nas rédeas, mas não me esqueci de como era me levar a mim mesma. E aprendi a manejar o remo em cima de uma prancha. Minha primeira lição foi nas águas rebeldes do Oceano Pacífico. E depois de muitas e muitas quedas, finalmente comecei a equilibrar-me. E logo descobri uma sequência lógica em tudo isso.
O passo inicial é carregar a prancha até o mar. Se você não conseguir carregar, arraste. Se você não conseguir arrastar, peça ajuda. Mas não desista. Em seguida, deite-se sobre ela e flutue em direção ao horizonte. Quando se sentir preparada e como quem faz uma prece, ajoelhe centralizadamente e comece a remar. Nesta hora você começa a subir. O remo é longo e único e o trajeto da sua prancha é controlado por meio da alternância, ao lado esquerdo e direito. Passando a arrebentação, fique em pé e continue remando, pois, se você parar por um segundo, é certeza que vai cair. Se vier uma onda mais forte, tente concentrar-se. E se não der certo, não tem problema nenhum. Sua prancha estará atada a seu pé. É só subir  de novo e recomeçar. Quantas vezes sejam necessárias.
Aprendi muitas coisas com estas novas atividades, que não são nada diferentes da nossa forma de viver a vida. Para mergulhar, o importante é ter calma e respirar para poder observar a beleza do desconhecido. Para ficar em pé numa prancha, é só concentrar-se e equilibrar-se para poder seguir em frente. E para seguir num barquinho tripulado, é só deixar-se conduzir.
Não sou atleta, mas sou muito bem intencionada e dedicada às minhas metas. E afirmo que dá para aprender uma coisa ou outra, ou todas. Mas se você não quiser, tudo bem. Eu já disse o que eu achava essencial. Nos momentos de dificuldade, apenas lembre-se destas singelas lições teóricas. E sempre aja como se você já soubesse fazer. Respire fundo, concentre-se, observe, equilibre-se, eleve-se e, o mais importante de tudo, nunca, mas nunca mesmo, pare de remar.

(Baleias - foto extraída de http://www.marinewatchnsw.com/)

terça-feira, 10 de abril de 2012

UMA ILHA E SEUS ENCANTOS

Único estado americano com clima tropical o ano inteiro, esta maravilha de arquipélago chamada Havaí é rica e fértil para todos os gostos, dos mais simples aos mais exigentes. Na verdade, poucos lugares são tão democráticos. É impossível não gostar do que se vê por ali. A porta de entrada para este conjunto de ilhas é o Aeroporto de Honolulu, que, de uma certa forma, é até modesto se comparado à beleza do que está por vir. Estive nas ilhas recentemente e digo, com toda a honestidade do mundo, que pensei em um dia me mudar para lá de mala e cuia. Loucura ou não, empolgação ou não, o fato é que é difícil encontrar alguém que não pense em retornar ao arquipélago ao menos uma vez na vida.
Se você quiser conhecer os essenciais encantos disponíveis, não fique menos que quatro noites em Waikiki, principal praia de Honolulu, que, por sua vez, fica na ilha de Oahu e que, também por sua vez, é a principal ilha do arquipélago. Há muito para ver e fazer. Ali você encontra lojas, restaurantes e hotéis sofisticados. Mas encontra também a natureza no ápice de seu esplendor. O vermelhíssimo pôr do sol de Waikiki é exuberante a ponto de deixar qualquer um extasiado. Assim como tudo o mais. Nos concierges dos principais hotéis, você encontra muitas opções de passeios e alguns deles são realmente imperdíveis. Não deixe de jeito nenhum de ir a Diamond Head, considerada uma das principais crateras vulcânicas do mundo. Lá você faz um pequeno "trekking". Imprescindível também é jogar-se nas águas azuis de Hanauma Bay, um dos lugares mais espetaculares em que já estive para fazer "snorkel". Aliás, para melhor aproveitar os seus passeios, sugiro que você compre uma máscara e nadadeiras e carregue-as com você. Recomendo também que você vá conhecer de perto os golfinhos e baleias, em um tour que parte da marina do Ko Olina Resort às seis horas da manhã.
Agora, se você quer ter uma experiência tipicamente havaiana, terá que aprender a surfar em Waikiki Beach. Infelizmente, devido a um problema na coluna, não pude fazer isto, mas observei como as coisas funcionam na beira do mar. Por uma aula você paga cerca de U$90, que não é exatamente barato. Mas seu simpático professor ficará com você na areia e na água o tempo que for necessário até você se sentir confortável e apta a alugar sozinha uma prancha em uma tentativa solo. Além disso, você sempre poderá dizer que aprendeu a surfar ao lado da estátua de Duke Kahanamoku, o pai mundial do surf. E esta verdadeira lenda é tão importante na vida dos havaianos que há um restaurante temático em homenagem a ele, o Duke's, em que você pode saborear saladas e drinks maravilhosos ao som de música típica. A propósito, este bar é ótimo para ir sozinha, pois você facilmente se acomoda no balcão. E, para chegar até ele, é só entrar no Hotel Outrigger Waikiki on The Beach, que fica quase em frente ao International Market Place.
No quesito dia-a-dia e para suas compras e necessidades básicas, vá a uma das dezenas de ABC Stores, em que você encontra literalmente de tudo. Até o café de máquina é bom nestas lojas, que ainda têm coupons de descontos e bônus como presente.
Alugar um carro na ilha não é uma boa opção, à exceção do dia em que você for até North Shore, o que é obrigatório. Você pode ir até lá pelo centro da ilha ou a partir de Waikiki rumo ao sul, fazendo todo o contorno. Escolhi este caminho. A viagem é linda e você vai se emocionar quando vir as ondas gigantes em Sunset, Banzai, Pipeline, Waimea, Haleiwa e outras praias onde se concentra o "high surf" e onde você não poderá nadar, a não ser que deseje ser resgatada por um salva-vidas bronzeado e histérico gritando em um megafone. Depois de deliciar-se contemplando os maiores tubos que você já viu, vá almoçar em algum restaurante perto do Haleiwa Beach Park e sinta-se absolutamente em casa.
No último dia de Oahu, procure em Waikiki um Catamarã chamado Mana Kai e faça um passeio de uma hora por U$20, durante a qual você poderá observar a cidade vista do mar. Vale muito a pena, acredite.
A postagem termina por aqui. Oahu, não. A ilha é muito mais do que isso e para entender o que ela significa só mesmo estando por lá. Não se esqueça que ali fica Pearl Harbor, de importância histórica sem precedentes para os nativos.  Isso sem contar as inúmeras outras atrações, que, somadas às que eu já mencionei, bem justificam o fato de que Oahu é conhecida como "The Heart of Hawaii".
São infinitos os encantos que se contam em cada um dos cantos da ilha. Das crateras às baías, das praias  desertas ao topo dos vulcões, do mar azul encapelado ao crepúsculo escarlate, Oahu é como uma pérola única que repousa no Pacífico. Vá conhecê-la. Bem aventurados os que puderem tocar nesta jóia. Bem afortunados os que puderem se adornar com ela.

(Hanauma Bay, Oahu, Hawaii, USA - foto extraída de http://www.tripsgeek.com/)

domingo, 1 de abril de 2012

ALOHA, HAWAII, MAHALO

Considero que a imaginação das pessoas seja uma de suas potencialidades mais vigorosas. Não sei se isso acontece por causa de nossos referenciais pessoais ou porque a natureza, em ato de extrema de generosidade, simplesmente dotou o ser humano de infinita capacidade de ver o que não existe, seja no passado, no presente ou no futuro.
Quando eu desenhei minha última viagem, esquadrinhei tudo o que estava a meu alcance, de modo que, quando cheguei a meus destinos, tinha já uma ideia bem clara e precisa do que eu encontraria por ali. E assim foi ao longo de toda a Costa da Califórnia e também em Las Vegas, lugares em que senti extrema familiaridade e conforto, porque eles não destoaram muito daquilo que eu visualizei que poderia encontrar.
Em Honolulu, porém, não foi assim. Muito diferente daquilo que imaginei, não fui recebida com colares de flores, músicos e saudações ao chegar ao movimentado Aeroporto. Ao contrário, tudo o que se via eram turistas estressados, correndo de um lado para outro, e uma infindável multidão de pessoas trajando camisas floridas abordando você para levá-lo até Waikiki, região onde se localizam os principais hotéis. E foi assim que contratei a SpeediShuttle para me levar até meu destino, o Aston Waikiki Beachside Hotel, por baratíssimos US$13. A van era conduzida por uma motorista muito inexperiente, que tentava ser simpática com os demais passageiros, que, exaustos como eu, não queriam ver nada durante o traslado e que só pensavam em se livrar das malas num confortável quarto de hotel. Ela, insistentemente, dizia "Aloha" e nos pedia, tal qual em uma excursão de colégio, para que repetíssemos a saudação, alegres e entusiasmados. Não satisfeita, ela perguntava: "Vocês estão em Honololu. Não estão super felizes?". Quem já não estava com excelente humor, como eu, teve sua condição significativamente piorada, o que, em meu caso particular, também se justificou pelo fato de que a motorista teimou em me deixar em outro hotel da mesma cadeia, o Aston Waikiki Beach Tower, praticamente me colocando para fora da van na rampa de acesso. Infelizmente, tive que discutir com ela, ao que ela retrucava dizendo que aquele era o único Aston de Waikiki. Eu, que não moro lá nem nada, já sabia que existem dezenas de "Astons" naquele Estado e naquela cidade.
Foi só quando a levei até o concierge do hotel errado que ela se convenceu de que aquele não era o meu destino. E subimos novamente na van até o correto desembarque. No caminho, ela considerou relevante dizer-me que as duas palavras mais importantes da ilha eram a já mencionada "Aloha", que é uma espécie de coringa que serve para quase tudo, e "Mahalo", que significa "Obrigado". Ok. Ao descer no hotel correto, falei o recém aprendido "Mahalo", que, obviamente, veio desacompanhado da esperada gorjeta.
O hotel era muito bem localizado, em frente ao melhor ponto da praia. Mas o quarto que eu recebi não era tão bom assim, pelo simples fato de que não tinha janelas externas e apenas uma espécie de vitrô que dava para um corredor. Sinceramente, achei um desaforo estar em Waikiki sem poder respirar a brisa do mar e, felizmente, consegui um quarto muito melhor, sem qualquer acréscimo. E ali fiquei por quatro noites.
Saí para caminhar, para comer e para escolher o que eu faria no dia seguinte e, miraculosamente, tudo foi se acalmando. Às vezes, as chegadas são conturbadas assim mesmo. Mas depois que eu tomo uma coca-cola  diet ou um café, e paro para respirar e pensar onde estou e que consegui chegar sozinha até lá, tudo fica mais ameno.
É sempre assim. E é por isso mesmo que não me importo nem um pouco de viajar sozinha. Depois da confusão, sempre vêm incontáveis benesses. E é por isso também que jurei a mim mesma nunca vou parar de voar. Pode parecer que não, mas isto também é um treino incrível para seu aprimoramento pessoal. Você desenvolve sua paciência, sua capacidade de resolver problemas e sua habilidade em lidar com frustrações e desilusões. E a gente acaba usando tudo isso no nosso cotidiano, porque a vida é mesmo uma sucessão de fatos que nos iludem, nos enganam e nos desapontam. E quando eles se mostram como realmente são, é aí que você põe à prova a sua aptidão para enfrentá-los sob a roupagem da realidade. E se você conseguir ser feliz neste ponto, isto significa que literalmente transcendeu, no sentido de que passou por todas as dificuldades até atingir um real contentamento. As viagens nos fazem crescer. As viagens nos tornam preparadas. As viagens ensinam muito sobre o viver. Acredite ou não, aceite ou não, isto é quase uma forma de espiritualidade.

(Sunset em Waikiki, Honolulu, Hi, Usa - foto extraída de http://blogviagens.com/