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domingo, 4 de março de 2012

SEGUINDO MEU CAMINHO

Se você estiver pensando em fazer a Costa Oeste dos Estados Unidos de carro, tenho um conselho para você: faça. À primeira vista, pode parecer um pouco aterrorizante você percorrer cerca de 600 quilômetros sozinha, em um lugar em que você jamais esteve. Mas esta é apenas uma falsa impressão, na medida em que você não fará seu percurso numa toada só. Se você quer minha opinião, considero extremamente recomendável, sob todos os aspectos, que você tenha duas ou três pernoites durante o caminho, seja para descansar, seja para conhecer melhor alguns lugares, seja para conversar um pouco.
Minha última noite em Los Angeles foi no Marriot Courtyard, hotel muito bacaninha na área de Marina Del Rey. Aliás, esta é uma região que muito me agrada. Consegui uma ótima tarifa pelo Priceline, através do sistema "Name Your Own Price", e, assim, paguei 40% do preço do site oficial. Com meu GPS devidamente instalado e configurado para o "Português do Brasil", tive uma ótima noite de sono, sem qualquer preocupação.
Na ensolarada manhã do dia 02/02/12, tomei meu inadiável café preto e segui pela tão sonhada "Pacific Coast Highway". Se você tiver um mapa detalhado em mãos, verá que são muitas as opções de paradas ao longo do trajeto.
Após um trecho relativamente curto, estacionei em Malibu e fiquei observando alguns surfistas que já estavam à toda nas frias ondas da manhã. Depois, segui em frente. O caminho para o norte é bastante tranquilo e sua única preocupação será mesmo observar a paisagem e tomar cuidado para não ultrapassar os limites de velocidade, lembrando que há radares fotográficos.
Minha próxima parada foi em Santa Barbara, que foi uma das cidades mais interessantes que visitei. As ruas são muito organizadas e, ao mesmo tempo, você encontra inúmeros grupos de jovens nas esquinas, bares e restaurantes, já que esta localidade conta com muitas instituições de ensino renomadas. Como já era hora de almoçar, sentei-me em uma das mesas externas do Pascucci Restaurant, onde comi uma excelente massa caseira. Este ótimo restaurante italiano fica em uma das saídas do Paseo Nuevo, maravilhoso Shopping Center a céu aberto. Não sendo recomendável dirigir logo após o almoço, achei melhor fazer umas compras por ali. E, de tudo o que vi, o melhor mesmo foi uma loja de esquina chamada "So Good", que nem site tem, mas que vende milhares e milhares de bijuterias lindas a preços ridículos. Isso sem contar que a trilha musical da loja era um "rap" brasileiro.
Cerca de uma hora depois, prossegui meu caminho e cheguei a Solvang, uma inexplicável vila dinamarquesa que compõe o Santa Ynez Valley. Solvang é minúscula e linda, e você se sente na Europa. Há inúmeras lojas de artesano típico e confeitarias com especialidades da autêntica Copenhagem. Não cheguei a ir, mas nas proximidades está o Crumash Casino. Faça sentido ou não, mas o jogo é permitido naquela localidade porque se trata de uma reserva indígena.
Reservei uma noite no Holiday Inn Express, que é um hotel sem luxo, mas com quarto remodelado e excelente localização. E paguei a pechincha de US$65.00 com café de manhã, internet e estacionamento incluídos.
Foi excelente minha estada naquele lugar. Passeei a pé pela cidade, comi maravilhosos biscoitos amanteigados e visitei o pequenino centro turístico. Neste local, uma atendente muito simpática me informou que uma das faixas da Pacific Coast Hwy, sentido norte, estava fechada devido a obras. Eu já havia ouvido algo a propósito antes de sair do Brasil. Sendo assim, ela me informou que, para eu não pegar trânsito, deveria subir pela Rota 101, que foi uma opção sensacional para a manhã seguinte, pois tive a oportunidade de passar pelo Central Valley, que é uma região rural com incontáveis vinícolas. No percurso, há muitos anúncios de degustação-cortesia. Não parei, porém, porque, embora os convites fossem tentadores, havia muitas viaturas da patrulha rodoviária e dezenas de placas "Report Drunk Drivers - Call  911". Ative-me, pois, à minha inseparável garrafinha d'água, ao menos até chegar a meu destino final do dia, tal seja Monterey.
Ainda no trajeto, parei em Pismo Beach, cidade que conta com o Premium Outlets, onde tudo é bom e barato. Como o objetivo desta minha viagem não era fazer compras, limitei-me a quatro pecinhas de roupa e saí correndo dali para não cair em tentação. Saiba que pior do que arcar com sua fatura no mês seguinte é você carregar as malas sozinha e ter que pagar as tarifas de bagagens excedentes nos diversos voos.
Assim, antes de viajar, é bom você definir bem esse fato e esquecer até mesmo esta história de trazer presentes para a família e amigos. Desta vez, ninguém foi contemplado, pelo que, coletivamente, peço desculpas a todos. Só mesmo meu filho mereceu uma lembrança de LA, e isto porque filho é filho, o que ninguém discute. No mais, se você fizer essa maravilhosa rota, opte por gastar com passeios e com as coisas novas que você pode ver e fazer, porque, para fazer compras, há lugares até melhores para ir.
Recomendo, pois, que você aproveite cada momento, pois a gente nunca sabe se vai voltar ao lugar. Respire as cores, os aromas e os sabores de cada cidade. Guarde no seu coração as melhores lembranças. Faça seu pequeno diário. Tenha histórias para contar. Converse com as pessoas que encontrar. Olhe tudo. Espie cada cantinho. Viva intensamente. E seja imensamente feliz em seu caminho.

(Solvang - foto extraída de http://solvanggardens.com/)