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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

LUBRIFICANDO AS ASAS

Toda vez que minha vida emperra, fico pensando que ali, bem naquele ponto, há algo para aprender. Mas dificilmente descubro o que é. Aliás, para ser justa comigo mesmo, acabo descobrindo, sim. Mas, na maioria das vezes, tanto tempo depois do acontecido, que chego a ficar triste pelo fato de que, à época, eu tenha sofrido à toa. Aprender parece ser a missão básica da humanidade. Sem o aprendizado, um ser humano não pode sequer sobreviver. Ele tem que saber o mínimo nem que seja apenas para permanecer em pé sobre a face da Terra.
Muitas pessoas viram as costas ao conhecimento, ao argumento de que este não resolve as suas vidas. Mas, se isso pode ser correto, não menos verdadeiro é o fato de que também não será a ignorância que solucionará os seus problemas. Seja como for, gosto é gosto e cada um deve viver de acordo com suas próprias convicções. E, de todo modo, diferentemente do conhecimento, a verdadeira sabedoria parece mesmo estar sempre dentro de nós.
Existem muitas formas de aprender e muitas vezes exige-se o esforço de nossa parte. Felizmente, há, também, maneiras bastante prazerosas de agregar conhecimento. Uma delas é viajar, pois, se para aprender algo você não precisa viajar, eu diria que é impossível viajar sem aprender.
Como eu mencionei nas primeiras postagens do blog, hoje em dia você encontra quase tudo em termos de viagens, o que certamente aumenta, em muito, as razões para bater suas asas.
Existem agências especializadas em viagens de conhecimento. E elas são absolutamente fantásticas. Normalmente, elas divulgam um calendário já idealizado para que os grupos possam se formar. E estes grupos sempre são liderados por um "expert" no assunto. Aqui no Brasil, temos a Latitudes, que faz um trabalho primoroso. Nunca viajei com eles, mas conheço pessoalmente alguns dos especialistas. Só a visita ao "site" já vale muito. Há roteiros e fotos incríveis. A americana Wander Tours é também excepcional. Além de destinos fantásticos, a agência criou um segmento chamado Women-Only, com programas adequados ao gosto feminino. 
Além disso, se você não tem companhia para viajar, é extremamente interessante buscar este tipo de viagem, em que sempre há outras mulheres na mesma situação que você.
Querida viajante, não é possível saber o que será de nós mesmas no dia de amanhã, nem mesmo com todo o conhecimento do mundo. Nosso futuro é sempre incerto e desconhecido. Há uma verdade, porém, de caráter absoluto e da qual ninguém pode fugir: sem preparar-se e sem treinar as suas asas, nem mesmo um pássaro pode voar. Mãos à obra.

(Vitória de Samotrácia - Museu do Louvre - Paris, França - foto extraída de http://www.louvre.fr/)

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O DIA EM QUE EU MORDI A MAÇÃ

O namoro ia bem, obrigada. Mas tão bem mesmo que, em dez dias, embarcaríamos juntos a Nova Iorque, onde supostamente seriam compradas as alianças de noivado. Foi quando, então, numa segunda-feira, por volta das 7 horas da manhã, e embasada em suspeitas justificadas, fui espiar um torpedo que acabara de entrar em seu celular, enquanto ele preparava o café. Ele argumentou, ao depois, que eu poderia ter feito tudo, ou pelo menos quase tudo, mas que bisbilhotar nas suas coisas era absolutamente indesculpável e estava fora de questão. E foi assim que acabei sendo expulsa do paraíso. Pretexto ou não, pecado ou não, fui banida para sempre da sua vida e, ali mesmo, encerrou-se uma fase da minha.
Nossa existência é, felizmente, uma sucessão de capítulos até o dia em que o livro acaba de vez. E, como diz o velho ditado, quando uma porta se fecha, outras se abrem. Naquele caso, não havia o que fazer e, mesmo muito aborrecida, segui sozinha para o tão sonhado destino planejado a dois. Mas a viagem, apesar dos "apesares", como leio por aí, foi boa até demais. Em primeiro lugar, a suíte gigantesca do Waldorf Astoria é capaz de, efetivamente, melhorar o humor de qualquer mortal. Aliás, não me importei nem um pouco de tomar sozinha o champagne que ele havia encomendado quando fez a reserva. Além disso, verdade seja dita, você só não se diverte em Nova Iorque se estiver em um estágio muitíssimo avançado de profunda depressão. E isto é ainda mais verdadeiro se você conhecer o mapa das boas compras.
Sem muita vontade de sair de Manhattan, dediquei-me, com afinco, a escolher, ali mesmo, os melhores endereços para comprar bem e gastar pouco. E agora, com alegria, divido com vocês estas informações. A Macy's é o óbvio do óbvio, mas sempre vale a visita. Além dos descontos-relâmpago que acontecem em horários variados, você sempre tem garantidos os 11% de desconto com o cupom que você retira no Visitor's Center. Outra loja que sempre vale a pena visitar é a Century 21, onde os descontos de marcas consagradas podem chegar a 75%. Outra loja que você tem que conhecer é a Burlington Coat Factory, que tem todo tipo de casacos e sobretudos que você imaginar, de marcas desconhecidas a muito famosas. Por fim, uma das minhas lojas queridinhas é a Filene's Basement, que, desde novembro de 2011, está em uma espécie de processo de falência. Neste mês, as lojas estão fechadas, mas anote o nome para a eventualidade de elas reabrirem.
Por fim, se, entre uma caminhada e outra, você desejar um bom café mas já estiver saturada do Starbucks, vá se deliciar em uma das lojas da Pret a Manger e coma por mim um Almond Croissant.
Amiga, é dispensável dizer que eu não quis nem passar perto da Tiffany, onde as alianças seriam adquiridas, como combinado. Em compensação, passeei por tantos lugares e fiz tantas outras coisas variadas que mal tive tempo de reparar como a vida é mesmo engraçada: mordi a maçã proibida e fui parar sozinha na Big Apple.

(Apple Store - Fifth Avenue - NYC, USA - foto: acervo pessoal)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

EM ROMA, FAÇA COMO OS ROMANOS

Você decidiu viajar e escolheu cuidadosamente seu destino. Também já leu sobre a história local, checou os melhores pontos para visitar e trocou seus reais pela moeda que a fará tão feliz durante alguns dias. Sua vida já está super organizada e só falta uma coisa antes de partir: arrumar a sua mala. É claro que não listarei os itens óbvios que você deverá levar. Aliás, sempre acho engraçado quando leio "leve um jeans confortável, camisetas que combinem com saias ou shorts, um vestido preto para sair à noite, um sapato baixo, um alto, um biquíni, um casaco". Ou, ainda, itens essenciais como "uma caixinha de remédios, um kit de costura, apetrechos para manicure, chapinha". Alguém acha mesmo que uma mulher não sabe o que carregar consigo? 
Eu estou falando de um assunto completamente diferente e um pouco mais delicado. Todas nós temos nosso próprio estilo do qual não pretendemos abrir mão por nada neste mundo. Porém, quando se trata de ir a um lugar que não conhecemos, considero de extrema importância conhecer o "dress code" do seu destino. Obviamente, se você for viajar para locais de cultura parecida com a sua, as chances de algo dar errado serão bem menores, embora, por incrível que pareça, isto seja uma possibilidade razoavelmente comum. Porém, quando você viaja para um lugar com características muito diferentes, é absolutamente imprescindível que você use e abuse do bom senso e da informação. E isto não tem necessariamente a ver com sua segurança pessoal, mas, sim, com aborrecimentos que poderiam ser evitados de forma a não estragar o seu dia, ou, quiçá, sua viagem inteira.
Vamos às regras: 1) Aceitar a cultura local é sinal de respeito e de educação. Jamais tente argumentar ou entender porque em alguns países você pode sair com a barriga de fora e não pode sair vestida com camiseta regata e calça jeans; 2) Não vale a pena criar caso e discutir. Alguns anos atrás, presenciei uma companheira de viagem arruinar sua própria noite porque exigia entrar no Cassino do então Loews Monte Carlo, hoje Fairmont, em Mônaco, calçando tênis; 3) Quanto menos você aparecer, melhor vai aproveitar sua viagem. Sugiro, portanto, que, temporariamente, você deixe de lado sua versão diva. Por exemplo, a menos que você se chame Carrie Bradshaw, usar um Manolo com saia de tule em plena 5a. Avenida (nem Sarah Jessica Parker ousaria), certamente não causará o efeito desejado. 
Querida viajante, nessa longa estrada da vida, é necessário, muitas vezes, ser flexível e adaptável. Isto não compromete sua personalidade e sua opinião. Ao contrário, apenas demonstra sua compreensão e a capacidade de aproveitar a vida no que ela tem de melhor a lhe oferecer.

(Coliseu - Roma, Itália - foto extraída de http://www.viagginews.com/)

sábado, 7 de janeiro de 2012

QUEM SÃO AS MULHERES COM ASAS

As Mulheres com Asas são as mulheres livres. Não necessariamente as solteiras, pois a liberdade a que me refiro não diz respeito ao estado civil, mas, sim, ao estado de espírito. Sendo assim, as Mulheres com Asas podem estar solteiras, viúvas, casadas ou descasadas. E digo "podem estar" ao invés de "podem ser" porque o estado civil não é uma qualidade intrínseca da alma, mas, sim, uma condição mutável e volátil que muitas vezes se altera por circunstâncias alheias às nossas próprias vontades.
Todas as mulheres nascem com vocação para ter asas, mas não são todas as que se dedicam à tarefa de desenvolvê-las e usá-las. Talvez seja esta a diferença primordial.
As Mulheres com Asas valorizam sua autonomia. Apreciam também as suas asas na forma como a natureza as criou e rejeitam qualquer proposta de substituição por asas feitas de ouro se a doação significar submissão, anulação da independência ou perda da liberdade essencial, a qual está relacionada à faculdade de pensar, de agir e de determinar-se de acordo com o seu próprio entendimento.
As Mulheres com Asas muitas vezes vêm ao mundo como anjos. Mas não no sentido celestial do termo e, sim, porque se mostram generosas, gregárias e protetoras. Uma mulher com asas sempre reconhece a outra como pertencente ao mesmo grupo.
As Mulheres com Asas têm sede de conhecimento, são curiosas, ousadas e inovadoras, mas mantêm-se centradas e norteadas por seus princípios e pela razoabilidade de suas ações.
As Mulheres com Asas sabem que devem se livrar dos pesos da raiva, da culpa e da angústia, pois, com eles, são incapazes de voar.
Por fim, sem estender-me em infinitas e outras possíveis definições, as Mulheres com Asas sabem que não são perfeitas, que erram e que também podem machucar. Têm em mente, porém, que devem aprimorar-se todos os dias e que precisam perdoar sempre e cada vez mais, aos outros e a si mesmas.
O mapa das Mulheres com Asas mora dentro de suas mentes. A bússola das Mulheres com Asas habita seus corações. 
As Mulheres com Asas reconhecem que o sentido da vida, em última instância, está em encontrar o amor. Mas não o amor-paixão, que faz suas asas vibrarem. E, sim, o amor absoluto e incondicional que é capaz de transportá-las para além do horizonte. Bons voos.




quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O QUINTAL DA MINHA CASA

Como moradora da capital paulista, sinto-me privilegiada em poder viajar, uma ou duas vezes por mês, para estar em contato com a exuberante natureza da Mata Atlântica. Meu refúgio fica no litoral norte do Estado, no Município de São Sebastião. A casa é amarela, possui janelas de madeira e a trilha sonora fica por conta dos pássaros e do pica-pau que mora em uma das palmeiras. A animação está a cargo das enormes borboletas azuis que teimam em fazer arrelia em todo o entorno. Se um dia você vier me visitar, será recebido por mim, por minha cachorrinha dálmata e pelo Buda que repousa em meio às orquídeas, no jardim da frente. Mas o ponto alto da minha casa é o quintal. Ele se chama "Praia de Camburizinho" e fica a uma distância de aproximados três quilômetros da minha morada. E é bem ali que passo as manhãs e tardes de sol.
A praia é pequena, tem pouco mais de 300 metros de extensão. O mar é azul e cristalino e a areia é bem branquinha. Nas duas extremidades, há pedras e vegetação nativa, sendo que, no lado direito, está o riozinho que você pode facilmente atravessar para chegar à Praia de Cambury. As duas praias são irmãs, mas não são gêmeas. Enquanto Cambury é bastante frequentada pela moçada e por surfistas, Camburizinho normalmente é muito tranquila e sem nenhuma agitação. A praia tem dois pórticos de entrada que saem da Estrada do Cambury. Se você resolver se acomodar perto de qualquer deles, encontrará várias barracas de bebidas e de petiscos. E, a não se que a praia esteja excepcionalmente lotada, você sempre conseguirá com seus donos um guarda-sol e as cadeiras que precisar. Se você preferir, porém, ter a experência de uma praia praticamente deserta, é só seguir andando para o lado esquerdo e ali esticar sua canga.
Na Estrada do Cambury, na extensão que acompanha a praia, você encontra alguns restaurantes, pousadas, um supermercado, lojas de variedades e boutiques. Se você estiver por lá, vale experimentar uma das saladas e pelo menos um dos doces do Restaurante Framboesa, da simpática Ceres. Não deixe também de visitar o Villa Bebek Hotel, onde você poderá degustar uma deliciosa caipirinha de frutas em um ambiente tipicamente balinês. Por fim,  entre outras tantas dicas que eu poderia deixar aqui, recomendo que você vá ao Pura Bar. O Pura é para poucos e bons, mas não pelo preço e, sim, por seu charme exclusivo. Ele fica escondido no canto esquerdo da praia e o acesso é pela própria areia. Para sinalizar que o bar está aberto, seu proprietário, o Marcelo, coloca um guarda-sol neon na areia, que é visível da outra ponta da praia. Pronto. É só seguir até lá, subir as escadinhas esculpidas na pedra e deliciar-se com a melhor vista de Camburizinho, ao som de música brasileira de vitrola, como ele faz questão de frisar.
A Praia de Camburizinho tem muitos outros encantos secretos, que vou deixar para você desvendar sozinha. Sendo assim, mesmo que você não tenha tempo para ir até minha casa, não deixe de visitar este meu quintal.  O arquiteto e o paisagista superaram-se na elaboração e execução deste projeto.

(vista do Pura Bar - Camburizinho, São Sebastião, SP - Brasil - foto: acervo pessoal)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

AS RAZÕES QUE NINGUÉM VÊ

Muitas pessoas ficam admiradas quando comento que viajo sozinha e consideram isto um ato de coragem da minha parte. Outras tantas, porém, olham-me um pouco intrigadas, o que me permite perceber que, nos esconderijos de suas mentes, estão investigando as razões pelas quais isso acontece. Quando noto esta inquietação, trato logo de explicar e, em questão de segundos, aquilo que parecia um mistério insondável desmistifica-se, pois, na realidade, não há segredo nenhum a ser desvendado. 
Meu primeiro voo solo aconteceu em 1996, ano seguinte ao do meu divórcio, durante o período das minhas férias, que começariam logo após o Natal. Como eu pretendia ir ao Canadá, é óbvio que não encontrei nenhuma alma que se dispusesse a viajar comigo para enfrentar o frio de cerca de -30 graus Celsius. É claro que fiquei um pouco temerosa, mas fui, ao estilo sem lenço e sem documento, com um mapa na mão, muitos casacos na mala e nenhuma reserva de hotel. E ali fiquei 35 dias, período em que tive a oportunidade de aprender muitas coisas sobre a vida e sobre os seres humanos. 
A primeira grande lição que tive foi a de que há pessoas generosas e solícitas no mundo. Além disso, existe uma empatia natural dos demais turistas quanto aos viajantes solitários, de modo que você só ficará completamente sozinha se for uma pessoa socialmente inviável.
Em segundo lugar, quando você começa a conversar com desconhecidos, estes tendem a remover seus filtros e máscaras, o que permite aferir que suas vidas não são necessariamente melhores do que a sua. Não existe qualquer razão, portanto, para você sentir-se inferiorizada sob nenhum aspecto.
Por fim, não sei se isso é bom ou ruim, mas a verdade é que as pessoas sempre estão ocupadas demais com suas próprias questões para se incomodarem com o fato de que você esteja viajando sozinha ou acompanhada. Isto não faz a menor diferença na vida delas.
Compreendendo, assim, estas três regrinhas de ouro, afastei qualquer sentimento de vergonha, constrangimento ou inadequação, tanto que, após esta primeira experiência, viajei sozinha dezenas de vezes, em circunstâncias muito variadas.
Para finalizar, quero deixar claro que nem sempre viajo sozinha. Evidentemente, quando possível, viajo com meus pais, com meu filho, com meus amigos e, quando estou em algum relacionamento, com meu parceiro. A diferença é que, quando não há ninguém disponível por falta de tempo, de dinheiro, de vontade ou de interesses coincidentes, sigo sozinha da mesma maneira.
Aprendi, com o tempo, a não desperdiçar aquilo que a vida oferece como possível naquele momento. Sendo assim, aproveitar a oportunidade é, talvez, uma resposta única para tantas e tantas perguntas. Sem nenhum mistério. Sem nenhum segredo.

(cascata congelada - Québec, Canadá - foto extraída de http://travellingboard.net/)

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

ESPELHO, ESPELHO MEU

Dizem que a pior solidão é aquela que você sente quando está acompanhada. Sabe aquele tipo de namorado que não tem disposição para nada e que nunca está disponível para viajar com você? Pois então. Foi assim que fui parar sozinha no sul da Bahia alguns anos atrás. Ao comprar o pacote, optei por ficar em Arraial d'Ajuda, o que não deixou de ser uma ótima escolha. A pousada era muito charmosa e ficava bem localizada, na rua principal da cidade. Aliás, caso você decida ir sozinha a este destino, recomendo que você fique mesmo na Estrada do Mucugê, conhecida como Rua do Mucugê, onde existem muitos bares, restaurantes e lojinhas. No dia seguinte ao da chegada, desci a pé até a praia que leva o mesmo nome e que é agradabilíssima. Ao retornar no final da tarde, procurei uma agência turística local para informar-me sobre os passeios e, assim, em meu segundo dia, segui para a Praia do Espelho, onde encontrei um cenário deslumbrante. Confesso que não sou grande conhecedora do litoral brasileiro e, desde logo, penitencio-me por isso. Mas certamente a Praia do Espelho, dentre as que conheci ao longo da vida e, inclusive, comparada às demais da região, é, de longe, a mais representativa do quesito "beleza natural". Única ressalva: é muito caro hospedar-se ali. 
Neste dia, conheci uma moça gaúcha que também viajava sozinha e que estava hospedada em uma pousada bem próxima da minha. E, assim, tive companhia pelo resto da viagem. Passeamos muito e um dia decidimos pernoitar por conta própria na pequena Trancoso, que não estava incluída em nossos respectivos pacotes. Seguimos em ônibus de carreira até lá e encontramos uma pousadinha bem ali no Quadrado e, porém, ridiculamente barata, no melhor estilo "até que é limpinha". O mosquiteiro rosa-choque pendurado no teto dava o tom, em todas as acepções do termo, do tipo de acomodação. Mas nos divertimos muito, caminhamos por todas as praias, jantamos em um restaurante internacional e terminamos a noite dançando forró. Acredite ou não, o sul da Bahia é para todos os gostos  e bolsos e, naquela região, há muito para ver e para se aventurar. Ou, se você preferir, é o melhor lugar do mundo para não fazer absolutamente nada.
Voltei revigorada da viagem. O namoro, como previsto, não durou mais que alguns meses após minha volta, mas não por causa da viagem em si, e sim porque realmente éramos muito diferentes. E, sinceramente, nunca me arrependi de ter ido. Naquele momento da minha vida, tudo o que eu precisava era tirar uns dias  de folga para ficar em contato com a natureza e simplesmente relaxar. Nada mais. Zen assim.
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Segunda-feira pós-retorno, 15:00 horas, cafezinho em frente ao trabalho: 
"E aí, Vivi, como foi a viagem?"
"Ótima, obrigada. Adorei".
"Fez topless?"
"Não. Jamais faria".
"Arrumou um namorado baiano?"
"Não, nada. Sou comprometida".
"Deu um beque?"
"Claro que não! Você enlouqueceu?"
"Mas me responde, Vivi, que raios então você foi fazer em Trancoso?"

(Praia do Espelho - Bahia, Brasil - foto extraída de http://turismo.ig.com.br/)


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A ÍNDIA, O ABRAÇO E O CHAVEIRO

A primeira vez que estive na Índia foi há exatos cinco anos, em janeiro de 2007. Embora até então eu jamais tivesse frequentado uma única aula de yoga, juntei-me ao grupo de professores do mestre Marcos Rojo, de São Paulo, pessoa por quem nutro grande estima. Eu soube desta jornada por meio de um cartaz aposto no Templo da Monja Coen, que seguiria em viagem como convidada especial. E, assim, fiquei 32 dias naquele país fantástico, atravessando suas terras de norte a sul e, depois, de sul a norte, por todos os meios de transporte que você puder imaginar. Há tanto, mas tanto mesmo, a contar sobre esta viagem que caberia a criação de um blog inteiro dedicado exclusivamente a ela.
No extremo sudoeste do país, fica o Estado de Kerala, banhado pelo Mar da Arábia. E é ali, numa cidadezinha remota, que se localiza o ashram da guru indiana Amma. Amma não se chama Amma. Nasceu Mātā Amritanandamayī Devi, mas, desde cedo, recebeu o codinome que a notabilizou, e que significa "mãe". Amma é conhecidíssima naquele país e em toda a Ásia e Europa, principalmente por seus projetos humanitários. Ganhou projeção internacional em 2004, ao doar, sozinha, 23 milhões de dólares às vítimas do Tsunami.
Mas o que torna Amma tão famosa é o fato de que milhões de pessoas vão a seu ashram em busca de seu caloroso abraço. Formam-se filas gigantescas de turistas e de devotos para receber esta verdadeira bênção, que sempre vem acompanhada de uma breve prece de conforto ao pé de seu ouvido.
Para melhor organizar aquela multidão de fiéis, os voluntários dividem as pessoas em grandes grupos que serão chamados em uma suposta ordem cronológica de chegada, que não consegui constatar.
Como havia literalmente milhares de pessoas no ashram naquele dia, perdi de vista meus companheiros e acabei sentando no chão, ao lado de lindas meninas indianas, trajadas com impecáveis uniformes britânicos e bindis reluzentes na testa. Uma delas, com cerca de 14 anos, pegou em minha mão e admirou meu anel de strass em formato de coração. Eu estava usando um par de brincos semelhante. E não pensei duas vezes em tirar todas aquelas bijuterias e entregar à simpática garota, que, notoriamente, estava no auge de sua faiscante vaidade adolescente. Ela me agradeceu com um beijo na face.
Cerca de duas horas depois, finalmente chegou minha vez de receber o abraço, que, confesso, muito me emocionou. Impossível não chorar em meio àquela verdadeira catarse.
E, quase em transe, saí do templo à procura dos demais, pois já era quase final da tarde. Depois de mais de uma hora andando de um lado para outro, eu ainda não havia encontrado ninguém, o que me deixou um pouco apreensiva, pois meu hotel, em Cochin, ficava a 140 km ao norte daquele local e não havia transporte público regular.
Qual não foi, então, minha surpresa, quando vi minha nova amiga de olhos amendoados vir correndo em minha direção para me entregar um chaveiro com a foto da Amma, que ela acabara de comprar na lojinha de souvenirs. E, naquele exato momento, ao abraçar a garota, recebi a mais importante lição daquele dia, qual seja o ato de receber, de ser grata, e de dar em retribuição.
O abraço de Amma e suas palavras incompreensíveis foram muito especiais em minha vida. Mas, justiça seja feita, foi aquele chaveirinho que tocou e calou fundo em meu coração, de forma divina e eterna. Obrigada, pequena garota. Não sei seu nome, mas foi por sua causa que voltei à India três anos depois. E  também será em sua homenagem que retornarei tantas vezes quantas forem possíveis àquele santuário de amor.

Backwaters - Kerala, Índia - foto extraída de http://www.amritapuri.org)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

SOZINHA EM UM DESTINO ROMÂNTICO

Ainda que sua auto-estima seja altíssima, não recomendo à viajante solitária, em absoluto. Mas aconteceu comigo, não propriamente por minha livre escolha. No final de 2004, uma queridíssima amiga, jornalista e carioca, sugeriu uma viagem a Cuba. A princípio, não me interessei, mas acabei aceitando os seus argumentos quanto à oportunidade de visitar a ilha caribenha ainda na era Fidel. Ela pesquisou, escolheu o pacote e a mim coube tão-somente providenciar a transferência bancária. Como ela viria do Rio de Janeiro, combinamos o encontro no próprio aeroporto de Guarulhos, cerca de três horas antes do embarque, no dia 01/01/05, às 23:00 horas. Mas ela não apareceu e o telefone estava desligado. Embarquei com os olhos marejados e apenas no dia seguinte soube que ela confundiu a data do embarque. Isto custou à minha amiga querida a perda integral do pacote e uma internação no pronto socorro por motivo de stress. No avião, dormi como um anjo e apenas ao chegar a Havana me dei conta da situação. O ônibus que nos levaria a Varadero estava repleto de casais em lua de mel, que procuravam ser simpáticos comigo. E, para cada um deles, durante 140 quilômetros, contei minha história, que certamente lhes pareceu inverossímil. Fiquei imaginando que eles suspeitavam que eu tivesse sido largada na porta de igreja. Paciência. Não havia o que fazer.
O resort era maravilhoso, em sistema "all inclusive", e a praia era paradisíaca. O quarto, somente para mim, parecia ainda maior. De dia, eu cuidava de correr na praia e de me esticar na piscina em meio a todos aqueles casais. Como todas as pessoas daquele hotel estavam lendo "O Código da Vinci", que estava no auge de sua vendagem, eu sempre dava um jeito de puxar conversa sobre o significado do livro, entre outros pretextos. E, assim, fui recebendo vários convites para sentar junto com cada um dos pares de pombinhos nos almoços e jantares, nos diversos restaurantes do hotel. À noite, havia shows programados e eu ia assisti-los, procurando não vestir uma roupa espalhafatosa ou provocante. Esta saga durou quatro dias, quando, então, voltamos para Havana.
Na capital a coisa foi muito diferente. Havia muito para ver e, incrível, até mesmo para comprar, principalmente na feira de artesanato. Entre algumas bijuterias baratas, encontrei uma bela boina com a foto de Che Guevara e um belíssimo abajur de murano, que pesou bastante na bagagem de volta e que dei de presente aos meus pais. Mas valeu muito a pena. Aliás, como toda a viagem.
Minha amizade com minha querida amiga não se abalou com este episódio. Ao contrário, sempre que nos falamos, comentamos o fato e damos boas risadas. E, de tudo, aprendi uma importante lição: quando a vida lhe der limões, faça uma gostosa limonada. E, de preferência, jogue rum no copo e acenda um charuto cubano.

(Praia de Varadero, Cuba - foto extraída de http://www.thebestbeaches.org/)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

CONHECENDO UM TEMPLO CHINÊS

Eu nunca fui à China, mas este é um destino que não vou deixar passar. Os que me conhecem pessoalmente sabem que o quanto me interesso pela vida e pela cultura asiáticas. E por isso mesmo, enquanto não chega o dia de eu embarcar fisicamente para aquele país, deleito-me em ler e pesquisar. 
Moro em São Paulo e de tempos em tempos visito o  Templo Zu Lai, em Cotia. O templo é lindíssimo, as construções são majestosas e os jardins são pontilhados de estátuas budistas. Mas você não precisa ser budista para aproveitar o passeio, pois, em termos culturais, já vale sua visita: este é o maior templo da América Latina. A maioria das informações de que você precisa estão no próprio site. Destaco também que, nos finais se semana, você pode se servir no "buffet" vegetariano e sentar-se ao lado dos simpáticos monges. Se você decidir ir em um sábado, poderá assistir a aulas de Tai Chi Chuan e de Kung Fu no magnífico terraço superior ou no pátio principal. Aliás, eu mesma fui aluna de Kung Fu do templo cerca de cinco anos atrás. Bons tempos... Não deixe também de experimentar o chá que é servido livremente aos visitantes e compre pelo menos um dos pães feitos pelas monjas. E, no final do passeio, conheça a lojinha, em que você poderá encontrar souvenirs e bons livros para quem se interessa pelo assunto.
Fica a dica, portanto. Visite, observe e medite no Templo Zu Lai. Garanto que mal você não vai se sentir._/\_

(imagem na entrada do Templo - foto extraída de http://www.rotasdesaopaulo.com.br/)

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

LEVE UM GUIA COM VOCÊ

Não, querida viajante. Não estou falando sobre a contratação de um "personal guide", que é uma profissão nova no mercado e muito interessante. Uma pessoa local programa seus passeios, faz reservas de restaurantes e shows e acompanha você no que for preciso. Pelo que pesquisei, o custo aproximado deste serviço é de US$150 por um período de quatro horas. No nosso caso, porém, estou me referindo ao velho e bom livrinho de bolso que contém informações preciosas sobre a sua próxima aventura. Particularmente, considero imprescindível você comprar um guia de viagem a tempo de lê-lo inteirinho antes da data do seu embarque. É claro que você não vai se lembrar de cabeça de 90% do conteúdo. Mas, acredite, quando estiver no seu destino, as coisas lhe parecerão muito mais familiares se você já tem alguma informação. E esta dica é válida não somente para aquelas viajantes que seguem sozinhas, mas também para aquelas que seguem numa excursão, pois sempre existe algum ponto de interesse que não está programado para o grupo. Tenho minhas preferências pessoais. Gosto demais dos guias publicados pela Publifolha, em especial dos Guias Visuais. Eles são objetivos, claros e agradáveis de ler. Outra opção interessante é o Guia do Turista Brasileiro. A lista de destinos não é muita extensa, mas se você encontrar algo relacionado à sua viagem vale a pena adquirir. Se uma publicação em inglês também pode lhe ser útil, não deixe de comprar um "travel guide" da  Lonely Planet e um "travelbook" da  Fodor's Todos eles são sensacionais e com sorte você poderá encontrá-los nas grandes livrarias e dar uma boa folheada antes de decidir comprá-los. Pessoalmente nunca usei os Footprint Travel Guides, mas eles também são muito bem recomendados em blogs de viagem e listas de discussões.
Agora, se você é a fã número 1 de Steve Jobs, provavelmente dirá que pode encontrar qualquer informação em segundos em seu "gadget" predileto. Isto também é verdade, mas você deve considerar algumas coisinhas antes de descartar o clássico livrinho. Em primeiro lugar, a não ser que você tenha um pacote de dados adquirido no próprio destino, vai gastar muito dinheiro, pois o preço do "roaming" costuma ser bastante elevado. Lembre-se também que em muitos lugares adquirir a permissão do "wireless" vai lhe custar alguns dólares. Por fim, considere também que, em trânsito, você dificilmente conseguirá uma boa conexão. 
Veja bem, querida amiga: a gente já carrega tanta coisa em nossa bagagem que um livrinho ou dois não farão diferença, certo?
E termino esta postagem com uma frase de Mário Quintana: "Dupla delícia. O livro traz a vantagem de a gente estar só e ao mesmo tempo acompanhado".

 (crianças - Kathmandu, Nepal - foto: acervo pessoal)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

DEVAGAR TAMBÉM SE VAI AO LONGE

Você decidiu voar, mas não tão alto assim. A experiência de viajar sozinha lhe parece maravilhosa, mas não lhe parece tão sensacional a ideia de traçar seu próprio plano de voo. Com o passar dos anos, aprendi uma lição que se aplica a todas as áreas da nossa vida. Na dúvida, vá mais devagar. Você nunca perde com isso. Pode reparar que a maioria das enrascadas em que nos metemos aconteceu porque fomos rápido demais. A pressa é realmente inimiga da perfeição e do nosso bem estar.
Querida viajante, se você tem dúvidas e receios quanto a viajar completamente só, compre um pacote turístico. Simples assim. Existem inúmeras agências e operadoras à espera de seu contato. E saiba que além daquelas que estão na mídia o tempo todo, existem muitas outras que podem até mesmo ser opções mais interessantes.
Muitas agências de viagem são especializadas em determinadas cidades, países, continentes. Outras tantas são especializadas em tipos do programa. Hoje em dia é quase certo que você vai encontrar qualquer coisa que imaginar.
Definindo, então, qual é a viagem dos seus sonhos, veja quais são as alternativas disponíveis no mercado antes de fechar com a primeira agência de turismo que consultar. Existem verdadeiros achados por aí. Basta procurar.
Se você optar por um destino mais tradicional, é possível que seu grupo seja bem diversificado. E lembre-se: não há problema algum em perguntar qual o perfil dos demais passageiros que seguirão junto com você. 
Se você, porém, escolher um roteiro que atenda a um interesse em especial, a chance de encontrar outros viajantes avulsos cresce consideravelmente. E a explicação é óbvia: quanto mais específico for o roteiro, maior a dificuldade em encontrar um companheiro de viagem. E isto vale para todos!
Mãos à obra, portanto. Escolha, refine, pesquise. E não se esqueça: não importa se a jornada é curta ou longa. Ela sempre começa com um primeiro passo. Namasté.

(Mesquita Azul - Istambul, Turquia - foto: acervo pessoal)

sábado, 24 de dezembro de 2011

DESEJANDO UM FELIZ NATAL

Nesta véspera de Natal, a única e mais importante dica de viagem que me vem à mente é uma frase de Amyr Klink, a qual bem define as razões para que alguém levante voo rumo ao desconhecido. 
Com a coragem daqueles que acreditam no melhor e com a alegria de uma criança que recebe um presente, o medo imediatamente desaparecerá e dará lugar a uma felicidade nunca antes sentida: "Um homem precisa viajar. por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz fez o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver".
Desejo a todas as viajantes do mundo, verdadeiras Mulheres com Asas, um Natal cheio de Luz!

(crianças em Karla Caves - Karli, Índia - foto: acervo pessoal)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

ENCONTRANDO UM MEIO-TERMO

A vida não precisa ser oito ou oitenta. E nem a sua próxima viagem. Sempre é possível acomodar os seus interesses para que você se sinta mais confortável. Se você não quer organizar sozinha o seu roteiro de viagem pelas várias razões que apontei na última postagem (http://mulherescomasas.blogspot.com/2011/12/definindo-seu-estilo.html), é possível que fique imaginando se vai encontrar um que atenda aos seus mais legítimos sonhos. Calma, querida viajante. Saiba que existem inúmeras operadoras que proporcionam roteiros personalizados, permitindo que você desenhe exatamente o que quer fazer. E nem sempre esta customização custará mais caro prá você, porque elas trabalham com acordos e parcerias que oferecem, muitas vezes, inúmeras vantagens. A Fundação Procon explica de forma simples a diferença entre a agência de viagem e a operadora. Sendo assim, esta solução intermediária pode ser muito interessante porque permite que você delegue toda a organização a um profissional e, ao mesmo tempo, não abra mão do que imagina ser o ideal para você. De uma certa forma, este é o melhor dos dois mundos! Demais, né? E lembre-se: para quase tudo na vida, querida amiga, existe um bom conselho, uma interessante sugestão e uma ótima solução! Afinal, é para isso que as amigas servem, não é mesmo?

(mulheres indianas - Delhi, Índia - foto: acervo pessoal)

DEFININDO SEU ESTILO

As mulheres são todas iguais mas são muito diferentes. De fato, não dá para negar que aquilo que funciona para uma viajante pode ser uma inesgotável fonte de aborrecimento para outra. Explico melhor: se você, por exemplo, não quer ter qualquer trabalho para a organização da sua viagem ou mesmo se a ideia de fazer reservas "on line" nem passa pela sua cabeça, aconselho que você procure um bom agente de viagens e compre um pacote turístico. Veja, isso não quer dizer, em absoluto, que você terá necessariamente que andar grudada com os demais passageiros 24 horas por dia. Aliás, hoje em dia ninguém obriga ninguém a participar dos passeios programados, de modo que, a rigor, você pode comprar um pacote e permanecer sozinha todo o tempo, caso prefira assim. Por outro lado, se você não se sente à vontade para fazer sua própria programação local, sempre terá a opção de estar junto com os demais passageiros. E acredite: nas vezes em que viajei neste formato, as pessoas sempre foram super simpáticas e acolhedoras comigo. Esta é, portanto, uma opção perfeitamente válida.
Mas se você é daquelas viajantes mais destemidas e que, como eu, adora fuçar tudo o que existe na face da Terra, deve considerar montar sua própria viagem. Para isso, existem inúmeros blogs e sites confiáveis com informações de viagem, assim como cotações de preços de hotéis, passagens, passeios, aluguel de carro e tudo o mais que você precisar. O acervo de informações é infinito e, no início, você pode sentir-se um pouco perdida. Para dar uma mãozinha, porém, e é para isso que o blog existe, vou filtrar os sites mais interessantes para cada assunto e em pouco tempo você vai estar bastante familiarizada com tudo, pois, na verdade, eles não são tão diferentes assim. Menos mal. Aliás, pensando bem, alguém duvida que organizar sua própria viagem é uma das coisas mais incríveis na vida da gente?

(city tour NYC, USA - http://www.graylinenewyork.com/ - foto: acervo pessoal)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ESCOLHENDO A VIAGEM CERTA

O título deste "post" parece óbvio mas não é. Sei de algumas histórias não muito bem sucedidas que aconteceram pelo simples fato de que a viagem não foi bem escolhida. De todo modo, a menos que você seja pega por um vulcão ativo ou por um tsunami, quase tudo que acontece dá prá consertar e não é impossível transformar uma opção ruim numa viagem razoável. Mas o bom mesmo é que você escolha muito bem o seu destino.
E como fazer isso? Num primeiro momento, existem 3 perguntas imprescindíveis que você deve se fazer: 1) quanto tempo tenho disponível?; 2) quanto pretendo gastar?; 3) que tipo de viagem pretendo fazer?
A primeira pergunta já define muita coisa. Se, por exemplo, você tem somente uma semana livre, não adianta querer fazer malabarismos e conhecer mil lugares. É claro que tem pessoas que gostam de viagens corridas e de conhecer várias cidades e até países numa mesma oportunidade. Porém, se você vai sozinha, não aconselho que faça isso, pois há uma chance enorme de que sua viagem seja estressante e de que você não aproveite os lugares como poderia.
Quanto à segunda pergunta, é recomendável que você seja bem realista quanto ao seu orçamento. Ir viajar e não poder conhecer alguns lugares interessantes ou comer pelo menos uma vez num bom restaurante pode ser um pouco frustrante. Além disso, você deve considerar o destino da sua viagem para dar uma margem maior ao seu "budget". Existem lugares em que você não vai gastar mais do que algumas poucas notas em artesanatos locais. Já outros destinos incluem compras e se você for com o orçamento muito apertado ou vai ficar chateada ou vai demorar para colocar sua fatura de cartão de crédito em ordem.
Por fim, você precisa definir muito bem o que deseja. As escolhas são inúmeras: relaxar numa praia tranquila, agitar numa metrópole, praticar turismo de aventura, explorar a cultura local, conhecer roteiros gastronômicos, meditar numa viagem zen... Não dá prá esgotar em poucas linhas as infinitas possibilidades e combinações.
Então? Já escolheu? Se ainda não, o que eu recomendo é que você converse com outras viajantes e que pesquise na web. Olhe tudo, vire as páginas de viagem do avesso, veja fotos e lembre-se: informação nunca é demais! Por hoje é só. Grande beijo da Vivi.

(Globe Sculpture - Columbus Circle, NYC, USA - foto: acervo pessoal)

COMEÇANDO A JORNADA


Mais um feriado está chegando. Ou, talvez, suas merecidas férias e, de novo, você não tem companhia nenhuma prá viajar com você. Você acabou de se separar e seus filhos vão passar as férias com o pai. Ou eles já estão bem grandinhos e não querem nem pensar em ficar com você. Ou então você é solteira, sem filhos, não está enrolada com ninguém e não encontra nenhuma amiga disponível.
As situações são inúmeras, mas a vontade é uma só: "quero viajar". E por que não? Infelizmente, são muitos os motivos que desanimam as mulheres de entrar nesse barco... Mas fazendo um resuminho com base nas dezenas de mulheres com quem conversei sobre o assunto ao longo de anos, o que impede uma mulher de viajar sozinha é o medo do desconhecido, de possíveis perigos e dificuldades e, principalmente, o medo de sentir-se solitária.
É claro que todos esses receios são absolutamente normais, a não ser que você seja uma pessoa totalmente alienada ou inconsequente... Mas são preocupações perfeitamente contornáveis e posso garantir que para cada uma delas existe uma solução real!
Já viajei sozinha muitas vezes por livre e espontânea vontade, mas também sem querer, porque em três ocasiões diferentes meus (minhas) companheiros (as) de viagem acabaram furando em cima da hora. E o que seria motivo prá desistir ou prá chorar acabou ficando prá trás e segui em frente assim mesmo, no susto!
Sendo assim, antes de dizer um "não" definitivo à ideia, convido você a partilhar comigo e com outras Mulheres com Asas as nossas experiências. Seja muito bem vinda!

                                                                                   (foto tirada na janela do navio Grand Celebration - acervo pessoal)