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segunda-feira, 19 de março de 2012

O UNIVERSO DA BELEZA

Na manhã de hoje, estive na FAAP a convite de uma queridíssima amiga para o fim participar da mesa redonda de abertura do curso "O Universo da Beleza", concebido dentro da própria instituição e integrante de seu Núcleo de Cultura. Além desta minha amiga, Dra. Náila Nucci, compuseram a mesa o Prof. Silvio Passarelli e outros três reconhecidos nomes do meio acadêmico e jornalístico, cujo brilho foi capaz de transformar aquela távola em uma constelação de primeira grandeza.
Durante a apresentação do projeto, os expositores traçaram considerações filosóficas sobre o tema, o que, confesso, teve o condão de surpreender-me pela vastidão e magnitude, inatingíveis como os confins do próprio universo. Foram tantas e tão complexas as observações, que acabei por constatar que eu jamais havia me dedicado a pensar sobre o assunto com a atenção que ele merece.
Em um primeiro olhar, o tema pode parecer singelo e óbvio, principalmente se for compreendido tão-somente sob a acepção do culto ao belo como alavanca ao atingimento da felicidade. Ninguém desafia esta realidade atual e não há quem não reconheça que a estética é uma meta a ser alcançada em todas as áreas da corporalidade, assim entendida como tudo aquilo que pode ser apreendido do ponto de vista material. Descobri hoje, porém, que a beleza vai muito além de sua própria aparência e penetra em campos muito mais sutis da existência humana. Alguém questiona a validade da existência da beleza que qualifica e guarda relação com as características da alma e do ser, em sua concepção espiritual?
O belo, a princípio, parece ser aferível de plano, mas não existe dúvida quanto ao fato de que muitos critérios são nutridos pela experiência cultural e pelas referências pessoais. Neste ponto, então, você pode acabar se convencendo de que a beleza é relativa e um tanto subjetiva. Mas se você admite esta premissa como inteiramente verdadeira, acaba por invalidar postulados universais. Quem descrê da proporção áurea utilizada pelo escultor grego Fídias ao conceber o Parthenon e legar a quase todas as áreas do conhecimento humano a constante real algébrica irracional representada pela letra Phi? E, num sentido mais prosaico, alguém consegue explicar como bebês de poucos meses são já capazes de manifestar suas legítimas preferências?
Muito mais foi dito, debatido e questionado e é claro que eu tinha perguntas a fazer. Mas considerando que eu jamais havia me dedicado ao assunto, achei melhor levá-lo embora comigo para minhas próprias reflexões.
Durante o dia, muitas coisas vieram à minha mente e pude então perceber que meu gosto desenfreado pelas viagens guarda íntima relação com a busca da beleza que existe na diversidade e na diferença. Diz-se que é afortunado aquele que tem a capacidade de apreciar o belo em sua essência bruta e dissociado dos paradigmas individuais. Talvez eu tenha nascido com sorte, ou talvez eu tenha apenas desenvolvido uma potencialidade disponibilizada a todos. Não sei. De qualquer modo, isto explica, em parte, o fato de que eu jamais tenha "desgostado" de um determinado lugar. Quando viajo, desligo minhas chaves pessoais e abandono qualquer parâmetro ou comparação. Vivencio as experiências na plenitude de como podem ser vividas e procuro olhar com olhos que enxergam sob outra perspectiva. E se a procura da beleza e seu consequente encontro constituem mesmo uma estrada para a felicidade, é por ela que eu pretendo continuar seguindo.
Dostoiévski dizia que "a beleza salvará o mundo". Isso também eu não sei, filósofa que não sou. A única coisa que posso dizer é que o mundo, em si mesmo, já ostenta o atributo da beleza, que é ratificada e validada a cada novo olhar. Não sou ousada o suficiente para sustentar uma tese divergente da defendida pelo escritor russo. De toda forma, como uma assertiva não se contrapõe necessariamente à outra, apenas reafirmo que a beleza é facilmente visível, amplamente perceptível e bondosamente democrática. É só observar. Ela pode ser encontrada em qualquer lugar em que você esteja. Em quaisquer circunstâncias, em quaisquer condições.

("O Homem Vitruviano", Leonardo da Vinci)

sábado, 17 de março de 2012

O ANO DO DRAGÃO

De acordo com o calendário chinês, iniciou-se, em 23 de janeiro de 2012, o Ano do Dragão, o qual se estende até o dia 09 de fevereiro de 2013. Dizem os estudiosos que este é um signo poderoso, que representa a vitalidade, a coragem, o entusiamo e os ideais elevados. Meu signo zodiacal é Touro e meu signo chinês é Dragão, mas eu não havia me lembrado de que este é o "meu ano" até chegar a São Francisco, em 05 de fevereiro de 2012.
Não sei se você sabe, mas, da população de São Francisco, cerca de 32% têm origem asiática. Eu, particularmente, não sabia. E foi só chegar àquela maravilhosa cidade para constatar esse fato, não somente pelos traços étnicos do povo, mas pelos inúmeros símbolos chineses que adornam a cidade, especialmente, não é preciso dizer, em Chinatown
Mas São Francisco é muito mais do que esta sensacional miscigenação. São Francisco é, definitivamente, um "must go", que atende a todos os bolsos e gostos.
Eu vinha seguindo de carro desde Los Angeles e tomei conhecimento de que não era uma boa ideia ficar com o veículo nesta cidade. Obediente aos conselhos de outros blogueiros, minha primeira providência foi fazer o "drop-off" na unidade da Avis perto da Union Square. Acerto absoluto. São Francisco não é um lugar para você dirigir.
Em primeiro lugar, não há mesmo necessidade, pois o transporte público é muito eficiente. Além disso, as vagas de estacionamento são raríssimas e caríssimas, inclusive nos hotéis, que cobram cerca de US$30.00 por noite para o repouso de seu automotivo. Por fim, é claro que você vai querer contratar um city tour e, além disso, experimentar os famosos Cable Cars. Ou seja, não há vantagem nenhuma em ficar com o carro por ali.
São Francisco é tão excepcional e tão linda que eu nem sei bem como descrevê-la. É uma cidade única no mundo, acredite. Ela é moderna, mas tem muita personalidade. Ela tem estilo requintado, mas é bastante alternativa. E ela é boa para passear, comer, comprar, namorar, conhecer gente, sair à noite, ou não fazer absolutamente nada. São Francisco também tem parques lindos, piers, clima ameno o ano inteiro, praias maravilhosas, além de muita história. É uma cidade completa.
Por causa desta profusão de adjetivos, é preciso reconhecer que São Francisco não é uma cidade barata em termos de hotelaria. Hospedei-me no Touchstone, que é muitíssimo bem localizado. Não é luxuoso, mas é bastante confortável e tem um restaurante anexo, o David's, que é muito conveniente. Além disso, tem um business center com acesso gratuito à Internet.
Cheguei à cidade em um domingo. Aliás, quando eu não conheço a cidade, faço questão de chegar no domingo, quando tudo é mais tranquilo. Depois de devolver o carro e de instalar-me no hotel, saí a pé para conhecer as redondezas. Minto. Antes disso, já pesquisei o que eu faria no dia seguinte e fechei o city tour para segunda-feira. Passei bastante tempo na Union Square, que tem uma espécie de feirinha/exposição, que só acontece mesmo aos domingos. E, por uns instantes, andando de lá para cá, parando em um café ou outro, você é quase capaz de sentir-se como uma moradora local, o que muito me agradou.
O mundo não é pequeno, como as pessoas dizem por aí quando encontram amigos ou conhecidos em comum. O mundo é gigantesco e há centenas de lugares listados na minha cabeça para eu ainda conhecer.
Mas uma coisa é certa. Embora eu esteja sempre procurando coisas novas para fazer, São Francisco é um lugar a que pretendo retornar para reviver e para "re-sentir". Não sei quando, nem como, nem com quem. Mas tenho certeza de que estarei de novo naquela cidade que senti como tão minha. Seja ou não neste meu fabuloso e magnífico ano, o Ano do Dragão.

("Dragon Boat"- City Hall - San Francisco, CA, USA - foto extraída de http://news.xinhuanet.com/)

terça-feira, 13 de março de 2012

UM LUGAR PARA VOLTAR

Por mais que você pesquise e dimensione bem sua viagem, às vezes acaba acontecendo de você perceber que esticou demais em uma determinada cidade, ou que faltou tempo em outra para ver tudo o que possa lhe parecer interessante. Quem disser que nunca passou por isso ou não está falando a verdade, ou viajou muito pouco. Por incrível que possa parecer, mesmo que você esteja em lugar maravilhoso, às vezes acontece de você querer ir embora dali, proferindo a clássica afirmação: "já deu". Por outro lado, muitas vezes você se apaixona pelo lugar e fica muito triste quando considera que não houve tempo ou oportunidade suficiente para curtir todos os cantinhos.
Nesta última viagem, quando segui rumo norte, saindo de Los Angeles e indo em direção a São Francisco, reservei duas noites em Monterey, achando que seriam suficientes para conhecer esta delícia de cidade, e mais Carmel-by-the-Sea. Grave erro de planejamento. Há muito para ver nesta região e por falta de tempo e por outras circunstâncias, acabei não aproveitando bem a minha estada. Já comentei em um "post" anterior que uma agência local acabou cancelando meu "city tour" em cima da hora. Fui pega desprevenida quanto a isso e perdi a oportunidade de visitar muitos lugares. Ademais, por bobeira mesmo, também não conheci o famoso Aquário de Monterey, tido por todos como um programa absolutamente imperdível.  Além disso, não gostei nada do meu hotel (Quality Inn), que, apesar do nome, pouco ou nada tinha de qualidade para oferecer. Os travesseiros era muito desconfortáveis, as paredes eram finas o suficiente para você ouvir os hóspedes sussurrando no quarto ao lado e, o pior de tudo, havia tanto cloro na água das torneiras e do chuveiro que meus olhos chegaram a arder.
Para terminar, apesar de eu ter adorado o famoso Fisherman's Wharf, acabei me aborrecendo porque, ao retornar para meu carro, encontrei uma multa no para-brisas, no valor de US$60.00. Eu havia estacionado ao lado de um hidrante sem nada notar, mesmo porque não havia qualquer sinalização.
Coisas assim acontecem. Muitas vezes, há problemas desta natureza. E muitas vezes os próprios sentimentos com relação às coisas são inexplicáveis.
Não dormi e nem comi bem em Monterey. Pouco vi de Carmel. Não conheci os melhores lugares. Senti-me isolada do mundo. Tive despesas e aborrecimentos inesperados. Eu não estava de bom humor.
Mas a vida segue, minha amiga, e a gente também tem que seguir. Sempre. E pensar que o próximo destino será melhor, como realmente foi. Amei São Francisco de paixão. E ali me senti muito feliz, apenas um dia após uma crise de melancolia. Há alguém que consiga entender estas intermitências? Há alguém que preveja os altos e baixos das viagens e da própria vida? Há alguém que evite estas alterações de humor? Não, não há.
Mas vou fazer uma segunda tentativa. Espero um dia retornar a Monterey e Carmel-by-the-Sea e poder contar outras tantas coisas, mais excitantes e divertidas. Espero ficar hospedada em um ótimo hotel e jantar como uma princesa. Espero visitar todos os lugares em que não estive. Espero dormir como um anjo.
Retornar a um lugar nem sempre é reviver. Muitas vezes é dar-se a oportunidade de ver os mesmos lugares com outros olhos, de observar de um modo diferente. É conceder-se uma nova chance. Para tentar, mais uma vez, ser mais feliz. Que é o nosso objetivo.

(foto extraída de http://favim.com/)

quinta-feira, 8 de março de 2012

SOMOS TODAS LINDAS

Dia Internacional da Mulher. Acho válido, mas, a rigor, penso que não haveria necessidade de se criar uma data específica para esta espécie de comemoração. 
E isto porque todos os dias são nossos. Sem qualquer exceção.
São nossos porque aprendemos a nos apropriar da vida e de tudo de bom que ela pode nos oferecer.
Com o tempo, desenvolvemos a arte de tomar posse de nós mesmas, de modo a afastar os ladrões dos nossos espíritos e das nossas inspirações. Aprimoramo-nos sempre na tarefa de defender o que é nosso por direito e por outorga da nossa própria existência, como resultado de todas as trilhas que duramente percorremos até aqui.
Nossos corpos são nossos. E são entregues a outrem apenas quando assim o desejamos.
Nossas almas são nossas e não são passíveis de aprisionamento.
Nossos corações são nossos e a ninguém é dado o direito de que sejam desestabilizados.
Nossos atos, certos ou errados, são fruto das nossas necessidades e incumbe apenas a nós mesmas o dever de julgar o seu acerto.
Nosso trabalho é o mais nobre que existe, pois foi elaborado com nossas mentes e com nossas próprias mãos.
Nossas amigas são como nossos espelhos, em que vemos a nós mesmas com muita nitidez.
Nossos filhos não são nossos, mas de nós vieram e por isso mesmo são seres sagrados.
Nossas casas são nosso santuário de amor.
Nossos altares são qualquer lugar do mundo em que possamos nos ver em sintonia com nós mesmas.
Nossos sonhos são secretos e inacessíveis.
Nossos sorrisos são as lamparinas que usamos para iluminar nossos caminhos.
E nossas lágrimas são as gotas de orvalho que enfeitam o jardim da nossa existência.
Nossa aparência é nossa forma de estar no mundo. E pouco importa como ela seja, porque nós somos nós, com tudo aquilo nos pertence. Sem mais nem menos. Apenas o que somos: aquela menina que cresceu mas que jamais abandonou seu poder de ser feliz, seus ideais e seus encantos.
E somos belas, muito belas, porque conhecemos este segredo. E é o que basta à nossa beleza. É o que  basta ao encantamento. É o quanto basta à poesia da vida. 
Não há nada no universo que conspire contra e que se contraponha a esta verdade: somos todas lindas!

(foto extraída do Google)

domingo, 4 de março de 2012

SEGUINDO MEU CAMINHO

Se você estiver pensando em fazer a Costa Oeste dos Estados Unidos de carro, tenho um conselho para você: faça. À primeira vista, pode parecer um pouco aterrorizante você percorrer cerca de 600 quilômetros sozinha, em um lugar em que você jamais esteve. Mas esta é apenas uma falsa impressão, na medida em que você não fará seu percurso numa toada só. Se você quer minha opinião, considero extremamente recomendável, sob todos os aspectos, que você tenha duas ou três pernoites durante o caminho, seja para descansar, seja para conhecer melhor alguns lugares, seja para conversar um pouco.
Minha última noite em Los Angeles foi no Marriot Courtyard, hotel muito bacaninha na área de Marina Del Rey. Aliás, esta é uma região que muito me agrada. Consegui uma ótima tarifa pelo Priceline, através do sistema "Name Your Own Price", e, assim, paguei 40% do preço do site oficial. Com meu GPS devidamente instalado e configurado para o "Português do Brasil", tive uma ótima noite de sono, sem qualquer preocupação.
Na ensolarada manhã do dia 02/02/12, tomei meu inadiável café preto e segui pela tão sonhada "Pacific Coast Highway". Se você tiver um mapa detalhado em mãos, verá que são muitas as opções de paradas ao longo do trajeto.
Após um trecho relativamente curto, estacionei em Malibu e fiquei observando alguns surfistas que já estavam à toda nas frias ondas da manhã. Depois, segui em frente. O caminho para o norte é bastante tranquilo e sua única preocupação será mesmo observar a paisagem e tomar cuidado para não ultrapassar os limites de velocidade, lembrando que há radares fotográficos.
Minha próxima parada foi em Santa Barbara, que foi uma das cidades mais interessantes que visitei. As ruas são muito organizadas e, ao mesmo tempo, você encontra inúmeros grupos de jovens nas esquinas, bares e restaurantes, já que esta localidade conta com muitas instituições de ensino renomadas. Como já era hora de almoçar, sentei-me em uma das mesas externas do Pascucci Restaurant, onde comi uma excelente massa caseira. Este ótimo restaurante italiano fica em uma das saídas do Paseo Nuevo, maravilhoso Shopping Center a céu aberto. Não sendo recomendável dirigir logo após o almoço, achei melhor fazer umas compras por ali. E, de tudo o que vi, o melhor mesmo foi uma loja de esquina chamada "So Good", que nem site tem, mas que vende milhares e milhares de bijuterias lindas a preços ridículos. Isso sem contar que a trilha musical da loja era um "rap" brasileiro.
Cerca de uma hora depois, prossegui meu caminho e cheguei a Solvang, uma inexplicável vila dinamarquesa que compõe o Santa Ynez Valley. Solvang é minúscula e linda, e você se sente na Europa. Há inúmeras lojas de artesano típico e confeitarias com especialidades da autêntica Copenhagem. Não cheguei a ir, mas nas proximidades está o Crumash Casino. Faça sentido ou não, mas o jogo é permitido naquela localidade porque se trata de uma reserva indígena.
Reservei uma noite no Holiday Inn Express, que é um hotel sem luxo, mas com quarto remodelado e excelente localização. E paguei a pechincha de US$65.00 com café de manhã, internet e estacionamento incluídos.
Foi excelente minha estada naquele lugar. Passeei a pé pela cidade, comi maravilhosos biscoitos amanteigados e visitei o pequenino centro turístico. Neste local, uma atendente muito simpática me informou que uma das faixas da Pacific Coast Hwy, sentido norte, estava fechada devido a obras. Eu já havia ouvido algo a propósito antes de sair do Brasil. Sendo assim, ela me informou que, para eu não pegar trânsito, deveria subir pela Rota 101, que foi uma opção sensacional para a manhã seguinte, pois tive a oportunidade de passar pelo Central Valley, que é uma região rural com incontáveis vinícolas. No percurso, há muitos anúncios de degustação-cortesia. Não parei, porém, porque, embora os convites fossem tentadores, havia muitas viaturas da patrulha rodoviária e dezenas de placas "Report Drunk Drivers - Call  911". Ative-me, pois, à minha inseparável garrafinha d'água, ao menos até chegar a meu destino final do dia, tal seja Monterey.
Ainda no trajeto, parei em Pismo Beach, cidade que conta com o Premium Outlets, onde tudo é bom e barato. Como o objetivo desta minha viagem não era fazer compras, limitei-me a quatro pecinhas de roupa e saí correndo dali para não cair em tentação. Saiba que pior do que arcar com sua fatura no mês seguinte é você carregar as malas sozinha e ter que pagar as tarifas de bagagens excedentes nos diversos voos.
Assim, antes de viajar, é bom você definir bem esse fato e esquecer até mesmo esta história de trazer presentes para a família e amigos. Desta vez, ninguém foi contemplado, pelo que, coletivamente, peço desculpas a todos. Só mesmo meu filho mereceu uma lembrança de LA, e isto porque filho é filho, o que ninguém discute. No mais, se você fizer essa maravilhosa rota, opte por gastar com passeios e com as coisas novas que você pode ver e fazer, porque, para fazer compras, há lugares até melhores para ir.
Recomendo, pois, que você aproveite cada momento, pois a gente nunca sabe se vai voltar ao lugar. Respire as cores, os aromas e os sabores de cada cidade. Guarde no seu coração as melhores lembranças. Faça seu pequeno diário. Tenha histórias para contar. Converse com as pessoas que encontrar. Olhe tudo. Espie cada cantinho. Viva intensamente. E seja imensamente feliz em seu caminho.

(Solvang - foto extraída de http://solvanggardens.com/)

sexta-feira, 2 de março de 2012

DESGRAÇA POUCA É BOBAGEM

A postagem anterior dedicou-se a narrar alguns fatos não muito agradáveis ocorridos na última viagem. Infelizmente, porém, há mais alguma coisa que preciso compartilhar com vocês. E antes que minhas amigas me digam que não acompanham o blog para se aborrecer ou para se preocupar, menciono, desde logo, que esta é, definitivamente, a minha última referência negativa desta jornada. Pode acreditar que, fora estes acontecimentos, a viagem foi pura alegria.
Meus voos São Paulo/Los Angeles/São Paulo foram feitos com milhas junto à United Airlines, que agora pertence a uma holding que engloba a Continental Airlines. Para chegar a Honolulu, de lá seguir para Nadi (Fiji Islands) e então retornar a Los Angeles, comprei as passagens pela Decolar. Eu viajaria pela própria United de San Francisco a Honolulu e, ao depois, faria os outros dois voos pela Qantas. Para detalhar melhor esta rota e checar todas as opções, fiz a reserva por telefone. A atendente me informou que ao chegar e sair de Nadi, eu teria uma escala em cada voo. Sem problemas. E foi assim que segui numa sexta-feira de manhã para Honolulu. Após algumas horas de voo, com escala em Apia, em Samoa, cheguei a Nadi, e já era sábado à tarde. Isto acontece porque você cruza a linha do Pacífico. É meio confuso entender que um dia da sua vida é totalmente suprimido e que você só o terá de volta se fizer a rota no sentido contrário. 
Mas o difícil mesmo foi entender a lógica do retorno. Ao checar melhor meus impressos, constatei que minha "escala" da volta nada mais era do que a ida até Auckland, New Zealand, para depois retornar rumo nordeste até Los Angeles. Francamente, esta rota é totalmente non-sense. Olhe no mapa e você vai entender por qual razão, desnecessariamente, permaneci no avião por sete horas além do previsto, consideradas cerca de três horas e meia só para chegar a Auckland. "Jet Lag" é pouco para o que aconteceu aqui. Eu nem sabia mais que dia era aquele e, após o café da manhã no avião, literalmente apaguei e só fui acordar umas duas horas depois, quando faltava pouco para chegar em Auckland.
Quando você acorda, é intuitivo pegar sua bolsa para pelo menos passar um batom. Surpresa! Minha carteira havia desaparecido, sendo que, dentro dela, estava toda a minha a vida, assim entendidos o passaporte, os cartões de crédito, a habilitação, o cartão de embarque e algum dinheiro. Imediatamente fui até o fundo do avião e avisei as comissárias, que me disseram para eu procurar melhor porque era comum as pessoas se desorientarem no avião e esquecerem coisas corriqueiras. Nessas horas tudo parece conspirar contra você e fica difícil até mesmo comprovar que você é uma pessoa equilibrada e de posse do mais perfeito juízo.
Convidei as duas moças a vasculharem tudo e argumentei o óbvio: é claro que eu não entraria no voo sem pelo menos o cartão de embarque e o passaporte. Constatação já sabida: fui mesmo furtada. O comandante avisou no microfone que devido a "um incidente" não seria possível a nenhum dos passageiros desembarcar no destino. Na posição da minha poltrona, duas pessoas poderiam ser consideradas suspeitas. O rapaz fijiano que sentara ao meu lado e a moça americana que sentara exatamente à minha frente. Fiz o teste ali mesmo e percebi que é muito fácil você ter acesso à bolsa da pessoa que viaja atrás de você, já que, insistentemente, você é instado a enfiar seus pertencer embaixo do assento à sua frente.
Não preciso descrever o clima do avião. Como alguns passageiros pareciam perplexos e preocupados, resolvi dizer aos que estavam próximos o que havia acontecido. Não foi exatamente uma boa ideia, pois a partir dali pareceu que a culpa pelo atraso no desembarque era minha. Isso sem contar que dois dos interlocutores eram os próprios suspeitos.
Uns quinze minutos depois, o comandante voltou ao microfone para anunciar que minha carteira vermelha havia sido encontrada na lixeira do banheiro, intacta, mas sem nenhum dinheiro. Sob os olhares de todos os passageiros, desfilei até a cabine do comandante e ali constatei que não faltava nada, só uns US$90.00, entre cédulas de dólar e moedas fijianas, americanas e brasileiras. O comandante me perguntou o que mais eu desejava e eu lembrei a ele que eu não apitava nada naquele avião, mas que achava que a polícia deveria ser chamada para checar aquelas duas pessoas. Um crime, por menor que possa ter sido, havia acontecido. Além disso, quem teria moedinhas brasileiras no bolso? A investigação parecia elementar.
Muito respeitoso, o comandante chamou a polícia do aeroporto e o agente me pediu para individualizar as pessoas suspeitas. Feito isso, os demais passageiros finalmente desembarcaram, aliviados e justificadamente mal humorados.
Os suspeitos ficaram no fundo do avião e eu fiquei do lado de fora. Uns vinte minutos depois, o oficial retornou e me informou que não havia sido encontrado nada com eles e que resolveu dispensá-los. Não foi formalizada nenhuma ocorrência e eu nunca vou saber os nomes daquelas pessoas e nem quem foi o autor do furto. E nem onde o ladrão escondeu as notas e as moedinhas. Sei apenas que a polícia neo-zelandesa foi muito superficial, dado que checou somente suas carteiras e bolsos. Por ocaso na Oceania as pessoas deixam à mostra o dinheiro subtraído? 
Por mais vivida que uma pessoa possa ser, em uma viagem você simplesmente fica sem entender algumas questões. Nem perco mais meu tempo tentando decifrar alguns mistérios. Acabo seguindo em frente e colocando um ponto final no assunto. Como deveríamos fazer, aliás, todos os dias de nossas sagradas vidas.
Sendo assim, encerrada sumariamente aquela averiguação, tratei de tomar um rápido café para fazer a continuação daquele incompreensível voo, de Auckland rumo a Los Angeles. Foram mais treze horas de sono, mas agora sempre abraçada à minha bolsa.

(final de tarde em Robinson Crusoe Island, Fiji - foto: acervo pessoal)

QUANDO AS COISAS DÃO ERRADO

Não posso mentir para vocês. Assim como na nossa vida cotidiana, em viagens algumas coisas dão igualmente errado. Mas isto não é motivo algum para você desistir de seus planos. Pense bem: se você deixar de viajar, poderá também ter más experiências, até mesmo piores, como as que acabam acontecendo de vez em quando. Aqui ou em qualquer lugar do mundo, seu pneu pode furar, você pode ser roubada, seu celular pode pifar. Normal. Acho até que em viagens você tem menor probabilidade de problemas do que no seu dia-a-dia. Bom, pelo menos você não será convocada a trabalhar até mais tarde, ou será importunada com telefonemas fora de hora, ou terá que inventar uma desculpa pouco plausível para não comparecer a um não muito atraente evento familiar.
Monterey e Carmel-By-The-Sea são duas cidades muito bonitinhas e, embora eu estivesse com meu carro, achei por bem contratar um city tour. Depois de muito pesquisar, descobri que existem apenas duas opções naquelas localidades. Todos os outros tours partem de São Francisco ou de outras cidades. Uma das opções é uma espécie de motorista particular que apanha você no hotel com seu próprio carro. Telefonei para o número indicado no site (Big Sur Tours) e constatei que o custo era altíssimo (cerca de US$400.00 por algumas horas) e que o proprietário-motorista Dave Engelberg não era lá muito educado. Descartada  esta opção de imediato, parti para a segunda, tal seja uma empresa chamada Monterey Movie Tours!. Fechei a contratação e a atendente, muito assertiva, deixou logo claro que os US$57.00 pagos com cartão não seriam devolvidos em nenhuma hipótese, nem que eu estivesse em coma ou que a Califórnia se rachasse num terremoto. Ok. Regras do jogo. No dia seguinte, levantei cedíssimo e fui até Big Sur, que não fazia parte do tour, para voltar a tempo de estar no lobby do hotel ao meio-dia e meia. Uma hora antes, quando eu entrava no banho, o dono da agência, Dave Lumsden, me telefonou no quarto e disse que o tour havia sido cancelado porque havia somente eu e mais uma pessoa. Não quero discutir as leis americanas, mas, sinceramente, tenho para mim que esta hipótese não lhe era permitida, porque o fato de haver apenas dois clientes, a tornar a contratação não lucrativa, é risco do próprio negócio. Fiquei chateada, mas não havia o que fazer. Enviei-lhe, então, um email confirmando o reembolso e ressaltando meu desapontamento. Ele se desculpou eletronicamente e, mais tarde, quiçá por medo de comentários negativos no TripAdvisor, deixou pessoalmente uma caixa de trufas na recepção. Fim da história.
Encerrado o percurso da Califórnia em São Francisco, voei para Honolulu e fiquei quatro noites num hotelzinho razoável em Waikiki. No quinto dia, peguei o voo rumo a Maui, que era o lugar que eu mais desejava conhecer nesta viagem. No aeroporto, apanhei meu carrinho, um Kia Soul laranja, e segui para o hotel reservado. Lá chegando e com o voucher impresso em mãos, fui surpreendida com o fato de que minha reserva simplesmente não existia. E não houve como argumentar com o recepcionista, que era muito mal humorado para um havaiano que mora no lugar mais lindo do mundo. Não havia vagas. Liguei várias vezes para a Agoda, site por meio do qual eu fizera a reserva e o pagamento antecipado de US$950.00 por quatro noites. Limitaram-se a dizer que, infelizmente, não poderiam fazer nada a não ser me restituir o valor integral, com um crédito adicional, em minha fatura, no equivalente a 25% do total, por conta do aborrecimento. Como cada minuto gasto com roaming (Brasil, USA, Europa) custava muito dinheiro, concordei e encerrei o caso.
Faltava agora achar um hotel. Sem wireless, fui atrás de um internet café e constatei que não havia nada para aquela noite por menos de US$600.00 a diária. Maui é cara assim, principalmente se sua reserva não for feita com bastante antecedência. Prestes, então, a checar um voo de volta a Honolulu, avistei uma placa de locações de apartamentos e entrei na AA Ocean Front. Duas funcionárias muito prestativas acabaram localizando uma unidade maravilhosa no Mana Kai Resort, muitíssimo melhor que a reserva anterior e com o bônus de vista para o mar. O preço não era baixo, mas era suportável, principalmente por conta das circunstâncias adversas. Nem acreditei. Eu não precisaria abortar meus planos de mergulhar em Molokini. Fiquei tão emocionada que cheguei a chorar no balcão de atendimento. Neste momento, entrou um senhor suíço e deixou uma caixa de chocolates para aquelas moças como agradecimento por algum favor. Não pensei duas vezes. Lembrei da maravilhosa caixa de trufas, inacreditavelmente intacta, e fui buscar no carro. Elas ficaram muito surpresas e argumentaram que tais trufas eram caríssimas. Tive muito prazer em repassar o tal presente, o que certamente também me ajudou a esquecer o incidente anterior e, o melhor, com a economia de milhares de calorias.
É assim que a vida funciona, minha amiga. "Shit happens", mas, no final, tudo parece dar certo. E, desta forma, continua caminhando a humanidade.
PS: ao chegar de viagem anteontem, tive a notícia de que a diarista não vai retornar a seus serviços por punição ao fato de eu ter viajado por quase cinco semanas. Com isso, tenho uma mala inteira de roupas para colocar na lavadora. Com licença, então.

(Molokini Crater - foto extraída de http://www.molokini.com/)

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

LUGAR DE MULHER É NO VOLANTE

Tenho a mais absoluta certeza de que você já ouviu várias vezes piadinhas a respeito do tema. E, se você for loira, mesmo que, como eu, por força de agentes químicos, a chance de você ter escutado comentários a propósito é ainda muito maior. Como não sou feminista e tampouco coletora de dados atuariais, não vou discutir a veracidade, ou não, destas assertivas. Apenas ressalto que, estatisticamente falando, o sexo masculino ocupa o honroso primeiro lugar no quesito "acidentes", o que, sabidamente, torna os seguros para o perfil feminino bem mais em conta. De todo modo, por amor às minhas amigas e leitoras do blog, não custa nada traçar algumas observações a respeito.
No dia de hoje, encerrou-se uma jornada de aproximadamente cinco semanas de viagem, que se iniciou e terminou em Los Angeles, Califórnia. Durante esses trinta e poucos dias, estive à frente de um volante por cerca da metade do período, o que não é pouco se você considerar que fiz a costa oeste dos Estados Unidos ao norte e ao sul de LA e que percorri o contorno das ilhas Oahu e Maui, no Havaí. Acho que só não dirigi mesmo em Fiji Islands, porque lá a mão é inglesa e não me sinto com competência a tanto. E se você quer mesmo saber, foi tudo muito fácil. Coloco o assunto nos tópicos a seguir:
1. Em primeiro lugar, a reserva antecipada de um veículo é absolutamente necessária se você pretende viajar em alta temporada. Em Maui, por exemplo, não havia nenhum veículo de nenhuma categoria disponível para quem não tinha reserva. Quanto às empresas, tive a oportunidade de experimentar quase todas, pois foram quatro locações distintas. E minha preferida e eleita depois desta viagem é a Alamo, que é super ágil, tem bom preço e, o melhor de tudo, dá a opção de você ir ao estacionamento e escolher o carro que quiser. Não esqueça, porém, de cotar os preços na internet para ver se vale mesmo a pena. Sugiro para isso a Rental Cars e o Priceline.
2. Um GPS custa pouco (cerca de US$12.00 ao dia), é utilíssimo e deixa você muito feliz. Coloque na opção "português" e sinta-se em casa. 
3. Ao sair, certifique-se sobre a existência de pedágios para não ser pega de surpresa.  Na costa oeste dos EUA não existem pedágios, a não ser em algumas rotas alternativas. Nesses casos, você verá a placa "toll road".
4. Todos os carros disponíveis para locação são automáticos. Escolha um tamanho adequado ao seu estilo e à sua necessidade.
5. Você terá que fazer a opção quanto ao serviço de reabastecimento. No meu caso, prefiro pagar um pouquinho a mais por galão a ter que parar no posto em cima da hora de fazer a devolução.
6. Faça o seguro integral do veículo e também contra terceiros. Ele custa, em média, uns US$20.00 por dia, mas elimina qualquer preocupação.
7. Existem radares nas estradas. Observe os limites de velocidade (em milhas). O GPS avisa no visor se você ultrapassar o limite.
8. Jamais ingira bebida alcoólica ou carregue alguma garrafa aberta dentro do veículo. Isto significa encrenca na certa de você for parada pela patrulha rodoviária. Na Califórnia, há inúmeras placas "Report Drunk Drivers - Call 911" e, obviamente, se você tiver algum problema, não dará certo o tal jeitinho ou  o charme brasileiro.
9. Alguns trechos das rodovias contam com "Carpools", que nada mais são do que faixas destinadas a veículos com mais de dois passageiros. São as faixas rápidas da esquerda e normalmente valem de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana, normalmente você pode trafegar em qualquer faixa. Cheque antes, porém. Infringir este regulamente lhe custará uma multa de US$431.00.
10. Jamais jogue qualquer lixo pela janela. Multa: US$1000.00
11. Ao pesquisar seus hotéis, verifique se contam com "free parking". Isto pode fazer muita diferença no seu orçamento. Em São Francisco, por exemplo, os hotéis cobram uma taxa diária de estacionamento de US$30.00. Aliás, cidades como São Francisco ou NYC possuem infra-estrutura mais do que adequada para você nem pensar em dirigir. Gaste seu dinheiro com outra coisa.
12. Não há ninguém para ajudar no abastecimento de seu carro. Em alguns estabelecimentos, você paga com cartão na própria bomba e, em alguns, você paga dentro do posto. Em último caso, peça ajuda. Eu mesma nunca abasteci sozinha. Recorro ao estereótipo mulher-turista-proveniente-de-país-que-conta-com-frentista. Sempre tem uma boa alma para ajudar. Ah! E sempre coloque a gasolina regular. É a mais barata e tão boa quanto as demais.
13. Verifique em quais locais você pode estacionar. A cultura do "valet" existe, mas não em todos os lugares. Nas ruas, você paga no parquímetro, que hoje aceita até cartão. Em estacionamentos, você mesma paga com seu cartão ao sair. E não se intimide com a mania do "self service". Nunca fiquei na mão em nenhuma situação.
14. Jamais estacione em frente a um hidrômetro, mesmo que não exista nenhuma placa nem faixa assinalada.  Isto me custou uma multa de US$60.00 em Monterey, que em breve será remetida pela Avis à minha residência.
15. No caso de pane ou de qualquer outro problema, ligue para sua locadora que eles facilmente mandam alguém e um carro em reposição.
Embora muitos os tópicos, não acho que esgotei o assunto. Há, entretanto, informação suficiente para uma estreia na estrada. Na dúvida, alugue seu veículo por um ou dois dias e depois prolongue a locação se se sentir confiante. Nesta hipótese, serão utilizadas as mesmas bases e valores.
E, por último, se você já é uma motorista habitual em sua cidade, por favor, não tenha medo. Nosso lugar no mundo não é onde nos mandam ir, mas sim onde queremos estar. E muitas vezes, para isso, precisamos de um carro. Peço-lhe, assim, encarecidamente: em sua próxima viagem considere dirigir e faça valer o título do post.

(Road to Hana, Maui, Hawaii, USA - foto extraída de National Geographic)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

WHAT HAPPENS IN VEGAS STAYS IN VEGAS

Uma das coisas engraçadas de viajar sozinha é observar o quanto as pessoas fantasiam com relação a este fato. Muitas vezes elas não comentam nada, mas claramente deixam transparecer que imaginam encontros furtivos, noites tórridas, despedidas apaixonadas. Não sei se a notícia é boa ou ruim, mas não é assim que as coisas acontecem, ao menos comigo. É claro que uma cantada ou outra sempre pode acontecer, mas daí a virar um "affair" vai uma enorme distância. Em primeiro lugar, não gosto de correr riscos desnecessários. Depois, considero que este tipo de encontro não vale a pena porque sei que no dia seguinte seguirei sozinha a minha viagem. E, em terceiro lugar, há ainda o risco de eu me envolver emocionalmente, o que, definitivamente, nestas circunstâncias, não leva a nada.  O melhor a fazer, então, é manter-se com os pés no chão e lembrar que não é sem razão que a cabeça localiza-se geograficamente acima do coração e de todas as outras partes do seu corpo. E, por isso mesmo, o título desta postagem não se aplica a mim e diz respeito, exclusivamente, aos dizeres que você lê em cada esquina da cidade.
Como meu hotel localizava-se bem no centro da Las Vegas Strip, optei, no primeiro dia, por sair para a esquerda e visitar os principais hotéis e cassinos deste lado da avenida. Na volta, para ganhar tempo e fazer algo diferente, peguei o Monorail, que é um meio de transporte muito rápido, eficiente e barato. A viagem "single ride" custa US$5.00 e o trem suspenso vai parando nos principais hotéis. No dia seguinte, fiz o mesmo, mas em direção ao lado direito de quem sai do hotel. Foi uma maneira muito prática de conhecer os pontos mais interessantes desta localidade.
Mas há mais para você saber. Caso você pretenda comprar ingressos para shows e concertos com significativos descontos, deixe para adquiri-los no próprio dia. Uma empresa chamada Tix 4 Tonight possui vários pontos de venda ao longo da avenida principal e ali sao vendidos ingressos para todos os eventos, a preços incrivelmente mais baixos. No meu caso, optei por assistir ao espetáculo KA - Cirque du Soleil e, por um ingresso que custava US$159.00, paguei apenas US$99.00. Além disso, os preços que os concierges dos hotéis apresentam não incluem as taxas, ao passo que o preço dado por esta empresa já engloba todos os custos.
Por fim, há algo que ainda quero comentar. Cada um tem uma percepção diferente, mas Vegas, para mim, apesar de linda e grandiosa, não deixa de ser uma Disney para adultos, onde tudo é faz-de-conta. Acredito que você também terá esta sensação quando visitar as lojas e alamedas do The Palazzo, quando assistir a alguns imitadores de rua e mesmo quando ganhar nas maquininhas de caça-níqueis. Caso você não saiba, estas não soltam mais as moedas quando você ganha, como faziam antigamente. Agora elas apenas emitem um barulhinho similar e soltam um voucher parecido com um cartão de embarque aéreo. Com este cartão, ou você resgata o valor ganho no caixa, ou o insere em outra máquina para tentar a sorte mais uma vez. Simples assim.
Las Vegas pode mesmo nao ser de verdade, pode ser apenas um mundo de fantasias, onde tudo é possível e ilimitado. Mas é justamente esta a graça da cidade. Pode apostar que sua ida para Vegas não é para vivenciar nenhuma realidade. De fato, desta curta jornada, uma certeza ficou: de todos os lugares que conheci no mundo, este é o melhor que existe para você sonhar acordada, com toda a imaginação que você tiver. E sem qualquer limite.

 (Gondola no The Venetian, Vegas, Nevada, USA - foto extraida de http://www.lasvegasstrip.net/)

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A CIDADE DO PECADO

Como comentei com alguns amigos, dentro da lógica do "sorte no amor/azar no jogo", e vice-versa, imaginei um jackpot de um milhão de dólares em minha curta estada em Las Vegas. Nada mais longe da verdade,  porém, e o que, infelizmente, me deixou com a fria e realista conclusão de que a sorte ainda não chegou a mim em nenhum dos dois terrenos. De todo modo, é minha obrigação relatar o quanto ocorrido nesta cidade.
Embora eu tivesse programado minha ida de ônibus, achei por bem cancelá-la porque soube que ela seria demorada demais. Optei, assim, por adquirir um pacote com voo/hotel/traslado partindo de Los Angeles, o que se mostrou uma boa alternativa. Existem várias empresas que fazem este tipo bate-volta de uma, duas ou três noites e, assim, escolhi fechar com a Vegas. Paguei US$150.00 pelo voo de ida e volta, mais uma noite no Imperial Palace Hotel, incluídos os traslados em "shuttle", na ida e na volta. O preço seria uma verdadeira pechincha não fosse o fato de que, ao fazer cada um dos dos "check in's,  tive que desembolsar US$40.00 para levar uma pequena mala de rodinhas. Sim, não estou falando em despachar a bagagem. Nao tive tempo de pesquisar outras companhias aéreas, mas o fato é que, apenas no aeroporto, descobri que a Spirit Airlines cobra este valor para você entrar na aeronave com qualquer outra coisa que não seja sua bolsa de mão. Por sorte, eu não havia seguido em viagem com minhas duas malas, pois, nesse caso, eu teria que arcar com o custo total de US$180.00 apenas de taxas (a bagagem despachada fica em torno de US$50.00), o que representa mais do que o valor total do pacote. 
Você deve estar se perguntando, então, onde foi que deixei minha outra mala. Como eu estava com o carro alugado pelo período de sete dias, segui com ele e deixei-o estacionado nas proximidades do aeroporto durante minha ida a Vegas. Caso voce vá fazer algo parecido, sugiro que deixe seu veículo em um dos muitos estacionamentos existentes nas redondezas, os quais costumam ser muito baratos que os US$30.00 ao dia cobrados no "parking lot" oficial. Deixei meu Mitsubishi zero quilômetro num destes inúmeros páteos ao custo aproximado de US$12.00 ao dia (Valet Air-Park). Anoto também que, aparentemente, não há problema algum em deixar alguma coisa dentro do carro, embora estas empresas não ofereçam seguro contra furtos. Em compensação, todas elas contam com vans de ida e volta ao aeroporto a cada cinco minutos.
O hotel em Vegas não era um Bellagio, mas ficava muito perto dele e era conforta'vel o suficiente para uma única noite. Minha ressalva fica por conta dos totens de utilização de Internet. Além do uso ser caro (US$5.00 por vinte minutos), a máquina engoliu minha nota e jamais liberou o  acesso. Me senti, de saída, perdendo em uma "slot machine". 
Computando, assim, os primeiros momentos em Vegas, tive US$85.00 de despesas inesperadas, pelo que corri para o Casino, onde consegui recuperar uns US$45.00. Menos mal, já que estamos falando de "Sin City". Isso não é nada para Vegas! E que venham mais e mais oportunidades. "Good luck" for us.

 (Las Vegas, Nevada, USA - foto extraida de http://govegas.about.com)

O ENGENHEIRO MAIS BONITO DA ALEMANHA

Considero que o segundo dia em Los Angeles é o ideal para adquirir um city tour pela cidade para que você se oriente e conheça os melhores pontos. E isto vale, obviamente, mesmo que você tenha um carro à sua disposição, porque algumas explicações de um experiente guia são insubstituíveis. Normalmente, os hotéis encontram-se aptos a indicar alguma empresa que preste este tipo de serviço e, pelo que pude comparar, todas elas trabalham de maneira muito similar e a um preço bastante assemelhado.
O hotel em que me hospedei (Marina Del Rey Hotel) indicou uma empresa chamada Vip Tours e, pelo valor de US$79.00, adquiri um passeio pelos principais e tradicionais pontos turísticos da cidade, além de incluir um giro pelas casas das celebridades, especialmente nos bairros de Bel Air e Beverly Hills.
Nove horas da manha, pontualmente, um motorista veio me buscar e me levou até o escritório central, que fica bem perto do aeroporto. Neste local, você paga pelo tour que escolher e se encaminha para o ônibus correto. Por volta das dez horas, entrei no meu ônibus, no qual estavam dois casais de australianos, barulhentos e mal educados, e uma médica e sua filha adolescente, estas duas de Dakota do Sul. Sem muita afinidade com estas pessoas, sentei no último banco do coletivo e seguimos em frente.
Qual não foi minha surpresa, porém, quando, cerca de vinte minutos depois, subiu ao ônibus, atrasado, um engenheiro alemão chamado Alexsander, que, além de lindo, simpático e inteligente, era também muito divertido, o que pode ser considerado mais ou menos esperado para uma pessoa de 28 anos que viajava sozinha há dois meses pelo mundo afora. Ele foi meu companheiro de viagem naquele dia inteiro e, mesmo quando o tour terminou, continuamos circulando juntos até quando ele se encaminhou para seu hostel, em Venice Beach.
Na verdade, o passeio com Alexsander ficou ainda melhor quando o vi irritado com o nosso motorista que, além de estar na casa de seus oitenta anos, era completamente surdo (minha teoria é que ele se fazia de surdo para nao ter que achar graça das piadas infames dos australianos) e não respondia a nenhuma pergunta de Alexsander.
De todo modo, rimos muito por todo o percurso, inclusive quando paramos para almoçar no Farmers Market, que é um local sensacional. Há comida de todos os tipos, frutas maravilhosas, e fica bem ao lado do The Grove, boulevard imperdível, com uma estátua gigante de M&M's.
Após percorrer o clássico roteiro de LA (Venice Beach, Avenue of the Stars, Bel Air, Beverly Hills, Rodeo Drive, Sunset Street, Farmer's Market, The Grove, Hollywood, Mann's Chinese Theatre, Walk of Fame & The Kodak Theatre the home of the Oscars), eu e meu novo amigo fomos ao Santa Monica Pier e assistimos a um maravilhoso por do sol ao som de jazz tocado por um músico de rua. E comemos o melhor camarão do mundo no Bubba Gump Shrimp Co.
Foi um dia extraordinário junto a meu amigo loiro, de olhos azuis, bronzeado e com largo sorriso do alto de seus 1,80 m de altura. Alexsander era tão lindo que as pessoas paravam na rua para falar com ele. Confesso que o assédio inesperado me deixou um pouco constrangida. Mas, por outro lado, ele era tão doce e gentil, que até isso foi agradável. 
No final do dia, fazendo um balanço de tudo, agradeci a todos os deuses do mundo e, em especial a Olimpo, por ter colocado o engenheiro mais bonito da Alemanha no meu caminho, ao menos por uma tarde. E, caso você não tenha reparado, este fato faz todo o sentido quando você considera que, ao menos por aqui, Los Angeles é mesmo conhecida como a cidade dos anjos. E dos milagres, se você me permite acrescentar...

(pier de Santa Monica, Los Angeles, USA - foto extraida de http://www.coastal.ca.gov/)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

CALIFORNIA DREAMIN'

Em primeiro lugar, apresento minhas sinceras desculpas pelo "delay" em relatar esta minha  nova jornada. E desculpo-me tambe'm pela dificuldade em manejar os teclados daqui, que nao estao configurados para a li'ngua portuguesa. Como nao sei mudar o modo de uso (e o que tambe'm nao seria nem um pouco conveniente aos "business centers" que pretendo utilizar), conto com a boa vontade das minhas amigas em ler o blog com milhares de erros ortogra'ficos, os quais irei corrigir quando voltar ao Brasil. Cheguei em Los Angeles no domingo pela hora do almoco, apo's conexao feita em Chicago, onde tive o prazer de conhecer, ainda no aeroporto, um simpa'tico afro-descendente de seus sessenta e poucos anos, que retornava para sua cidade natal nos arredores do meu destino. Conversamos bastante e ele me contou que frequentava uma igreja gospel, o que nao deixou de ser muito interessante, na medida em que, ao nos despedirmos, ele me abencoou para esta viagem. Isto foi um o'timo comeco, haja vista que, por mais experiente que voce possa ser, os bons fluidos de uma prece sempre sao muiti'ssimo bem vindos.
Apo's suave aterrissagem, peguei o "shuttle" da Avis ate' o local designado para retirar o vei'culo. Eu ja' tinha minha reserva, mas, com US$5.00 adicionais ao dia, fiz um "up grade" e peguei um Mitsubishi Galant branco zero quilometro com GPS, dispositivo este que se mostrou absolutamente imprescindi'vel aqui na Califo'rnia. Em cinco minutos, eu ja' estava perfeitamente ambientada com meu carro e segui, tranquilamente,  para o Marina Del Rey Hotel, que constatei haver sido uma excelente opcao, considerada a tarifa conseguida atrave's do  Priceline, tal seja US$98.00 a dia'ria, mais as taxas incidentes. A a'rea litoranea e' realmente a melhor para sua hospedagem em LA, sendo que, se Marina Del Rey nao e' agitada como Santa Monica, o custo-benefi'cio faz dela uma escolha bastante vantajosa.
Depois do merecido banho, segui de carro ate' Venice Beach, que fica a menos de cinco minutos em condicoes normais de tr'afego. Amiga, se voce for a LA, va' a Venice Beach. E se voce for a Venice Beach, va' em um domingo, como eu fiz.
Tradicional "point" alternativo de LA, esta praia, ale'm de muito bonita, apresenta atrativos que voce nao encontra em nenhum outro lugar. Patinadores, grafiteiros, skatistas, artistas, tatuadores, malabaristas, gente praticando musculacao no meio da rua, tudo isso voce encontra por ali, na praia ou no calcadao. Voce tambe'm vera' ativistas em prol da liberacao da "marijuana", com cartazes e placas, circulando livres e felizes, sem serem incomodados por quem quer que seja.
Como a praia estava lotada, deixei o carro no estacionamento oficial, ao custo de US$9.00. Lembre-se, pore'm, que, encontrando vaga na rua, voce pode estacionar usando aqueles famosos parqui'metros, que hoje aceitam ate' mesmo cartao de cre'dito. Depois de rodar a pe' por mais de tres horas e de ter a experiencia de ajudar um grafiteito a pintar um muro, voltei para o hotel para meu justo descanso.
Foi uma experencia muito diferente e marcante para o primeiro dia de viagem. So' faco a voce, entretanto, uma u'nica advertencia. Se voce nao quiser ouvir, por meses a fio, a ladainha de que Venice Beach e' o verdadeiro parai'so da face da Terra, jamais leve seu filho adolescente ate' este destino. See you very soon!!!

(skatista em Venice Beach, Los Angeles, USA - foto extrai'da de http://www.yovenice.com/)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

AS INCERTEZAS DA VIDA

A vida é cheia de incertezas. Incertezas de vários tipos e que se manifestam de muitas formas diferentes. Existe a incerteza que tem a ver com a sua falta de definição a respeito de um determinado assunto. É a ausência de segurança quanto à decisão que precisa ser tomada. Existe também aquela incerteza que é uma espécie de desconfiança. É a dúvida sobre um fato estar ocorrendo, ou não. E existe a incerteza própria do mundo e da vida, que é a que considero a mais relevante, pois, na verdade, por mais que a gente tente, não pode ter controle sobre os acontecimentos futuros, nem mesmo sobre os presentes. Na realidade, a gente só consegue ser razoavelmente feliz quando reduz significativamente o nível de expectativas, pois a materialização destas também se insere, obviamente, neste impalpável campo das incertezas. Ou seja, aquilo que desejamos pode ou não acontecer.
O ser humano abriga a ilusão de que "querer é poder". É claro que a dedicação e o esforço contam muito, mas o elemento imponderável está em todas as equações. A insistência e a perseverança podem aumentar as possibilidades de modo a que estas se tornem probabilidades. Mas ainda assim não são certeza. E nunca serão.
No dia de hoje, na véspera desta nova viagem, não estou ansiosa. Ao contrário, estou totalmente receptiva a todas as ocorrências que se apresentarem à minha frente ao longo dos próximos dias. E não digo isso à toa, mas, sim, porque tenho insistido comigo mesma neste ponto: o de aproveitar as oportunidades tal qual se manifestam. 
No íntimo do meu ser, talvez eu desejasse, neste momento, estar vivendo algo diferente, fazendo algo diferente, usando um formato diferente... Mas a vida (ah... sempre a vida) desejou que fosse assim e cabe a mim obedecer estas tais contingências e aceitar as exigências destinadas à minha existência.
E, desta maneira, vou traçando meu próprio caminho, buscando tirar o melhor de cada experiência e de cada situação para tornar-me, igualmente, um ser humano também melhor.
Estou indo sozinha e meus amigos seguem seus próprios destinos, alguns de viagem, outros não. Mas o bom de tudo é que, quando compreendemos algumas regras da vida, sabemos que, na realidade, estamos todos juntos na mesma embarcação, cada um à sua maneira, mas sempre com o mesmo objetivo: o de sentir a paz e a serenidade que, se pensarmos bem, podem ser encontradas em qualquer lugar. Aqui ou em viagem, elas habitam, há muito tempo, dentro de nós. E que elas possam desabrochar. Até breve!

(estátua da Ilha de Páscoa, Chile - foto extraída de http://turismo.terra.com.br/galerias/0,,EI176-OI97963,00.html)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

STATUS: ADRENALINA PURA

Sou tão paulistana que nasci a um quarteirão da Avenida Paulista, na Maternidade Pro Matre. Mas no dia de hoje, aniversário de São Paulo, e por mais que eu tenha tentado, não consegui dedicar nem mesmo um pequeno post a esta maravilhosa Terra da Garoa que eu amo tanto e a quem apresento minha solenes desculpas. Tenho certeza, porém, que ela vai me entender e me perdoar: daqui a exatos três dias, sigo em viagem pelo período de um mês e minha cabeça está totalmente pilhada, pensando em todas as coisas que eu ainda tenho que fazer e programar.
Embora eu não possa ser considerada uma viajante novata, saiba que também eu fico a mil neste período pré-viagem, revisando tudo e checando os últimos detalhes. E programar esta viagem foi bastante trabalhoso, como você verá a seguir. Em primeiro lugar, defini meu roteiro, que consiste em três rotas totalmente autônomas e às quais acrescentei um adendo no final. E depois passei à montagem propriamente dita.  O primeiro trecho parte de Los Angeles e termina em São Francisco. Como pretendo ir também a Las Vegas, que fica fora da rota, optei por deixar meu carro em LA e adquirir um pacote de ônibus/hotel em Vegas na Starline Tours, pois achei que seria cansativo viajar sozinha pelo deserto por cerca de 5 horas em cada trecho. Voltando, aí sim, retomo meu carro e sigo pela Highway 1 sentido Norte. Graças aos blogs de viagem que leio frequentemente, tomei conhecimento de que vou ter que retornar para o Sul na altura de Carmel para poder visitar Big Sur, já que uma parte da pista foi interditada esta semana devido às chuvas e não há previsão de conclusão das obras. A segunda parte da viagem começa em São Francisco, de onde sigo para o Havaí. Neste Estado, visitarei três ilhas, sendo que, de Oahu e Maui, você necessariamente tem que pegar um voo local, de cerca de 35 minutos. A melhor tarifa que encontrei foi a da Go. Em Honolulu e Maui, aluguei carro também. Por fim, o terceiro trecho da viagem começará em Honolulu, para onde retorno de Maui, e terminará em Nadi, Fiji Islands. Farei este trecho com a Qantas, que é a melhor opção, embora o voo não seja direto. Tenho uma parada em Auckland, na Nova Zelândia, por cerca de três horas. Mas digo que é a melhor opção, pois de Nadi, na volta, sigo diretamente a Los Angeles, de onde retorno a São Paulo. Por fim, como tenho dois dias antes de finalizar a viagem (e este é o trecho-bônus), darei uma chegada em San Diego, passando pelas praias em sentido Sul.
O experiente jornalista, viajante e blogueiro Ricardo Freire (Viaje Na Viagem) sempre comenta que, por mais mochileiro que você possa ser, é necessário fazer reservas de hotéis com antecedência, salvo se você quiser pagar muito mais caro na hora do "check in", isso se você tiver a sorte de conseguir lugar na região que deseja. E, seguindo esta lição valiosa, já fiz as reservas de todos os hotéis, contabilizando três na Califórnia (deixei alguns dias em branco no percurso costeiro ao Norte e ao Sul, porque preciso ver como estará o acesso - mas farei a reserva mesmo assim, só que uns dois antes antes), um hotel em Las Vegas, dois no Havaí e três em Fiji Islands. E isto é bastante coisa, acredite. Estou feliz que eu tenha conseguido fechar tudo o que eu programei.
Agora falta muito pouco para embarcar. Amanhã contrato meu seguro-viagem, finalizo a questão do dinheiro, checo minha documentação e organizo todos os meus papéis impressos, que seguem comigo na forma de roteiro com os respectivos números das reservas. Depois, é só tentar dormir bem nas duas últimas noites para chegar inteira após o voo.
Amiga viajante, acompanhe comigo esta jornada, que certamente será maravilhosa. Faço questão de compartilhar com você todos os detalhes desta incrível viagem. E tenha certeza de que, se estivermos conectadas por aqui, aí é que será impossível mesmo eu me sentir sozinha.

(Big Sur Waterfall, Califórnia, USA, - foto extraída de http://www.bigsurcalifornia.org/)

MONEY, MONEY, MONEY!

Se você age de maneira similar à imensa maioria das pessoas, posso concluir que sempre deixa para a última hora resolver um assunto importantíssimo da sua viagem: o dinheiro. E, normalmente, já quase no dia do embarque, ainda tem dificuldade em responder a duas perguntas básicas: 1) quanto levar?; 2) como levar? Evidentemente, é impossível estabelecer, em termos genéricos, quanto dinheiro se gasta em uma viagem, pois é mais do que intuitivo que esta definição depende de seu destino e do seu estilo. Não poderei, assim, fornecer maiores subsídios sobre o tema. A única observação que faço, porém, é a de que, para quantificar o montante que você gastará em um determinado local, deverá estimar o valor diário das refeições, do transporte e do "budget" para compras e passeios, acrescido de cerca de 25% de margem de segurança, isso se você já sair de casa com seus voos e hotéis previamente definidos e devidamente pagos. Quanto à pergunta número 2, a questão também é muito individual e diz respeito ao gosto pessoal de cada um. Deixo, porém algumas informações. Antigamente, as pessoas costumavam viajar para fora levando dinheiro em espécie e "travellers checks", os quais acabaram tendo pouca ou nenhuma utilidade devido à difusão dos cartões. Hoje em dia, as opções mais funcionais são o próprio dinheiro vivo, que nunca sai de moda, e os cartões de crédito e de débito. Se você for viajar para um destino mais convencional, sempre poderá pagar suas despesas com cartão de crédito. Basta informar-se previamente sobre qual a bandeira mais utilizada no País. Se optar, porém, por um destino menos cosmopolita, recomendo que você faça o câmbio e leve a moeda local para não experimentar nenhum tipo de apuro. Por fim, uma terceira opção disponível é o utilíssimo cartão de débito com limite, que ainda não é muito difundido no Brasil, mas que permite que você, antes de viajar, carregue um determinado valor de modo a realizar saques e compras no exterior, sem qualquer dificuldade. O sistema mais completo do mercado é o  Cash Passport, que conta com as versões Visa e Mastercard. 
Particularmente, gosto muito deste sistema, pois oferece a tranquilidade e a segurança necessárias à sua viagem, mesmo porque, no caso de perda ou roubo, seu cartão será reposto em apenas 24 horas, o que não ocorre com os cartões de crédito. Além disso, o IOF é de somente 0,38%, ao passo que, utilizando cartões de crédito no exterior, incide a alíquota de 6,38%, conforme Decreto Presidencial n. 7.454, publicado em 28/03/11. Por fim, dependendo do estabelecimento participante, também não há cobrança de taxa de adesão e de manutenção, sendo que a qualquer momento poderá ser efetuada a recarga de valor aqui no Brasil, a pedido seu. No próprio site, você encontra a lista das empresas participantes. De minha parte, compro no Grupo Fitta.
Querida amiga, eu espero, de verdade, que, em 2012, você faça valer a pena cada centavo gasto em suas viagens. E, para otimizar seu orçamento, lembre-se de três regrinhas de ouro: 1) aproveite as ofertas; 2) não seja impulsiva ao comprar; 3) divirta-se com os maravilhosos programas gratuitos que existem em toda parte.
E também não se esqueça do seguinte: o dinheiro é imprescindível na sua viagem. Mas, mais importante do que tudo, o que eu desejo é que você possa sentir-se livre e feliz. Sempre.

(Hotel Burj Al Arab, Dubai, Emirados Árabes Unidos - foto extraída de http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O MUNDO EMBAIXO D'ÁGUA

Ontem, dia 22/01/12, foi aniversário de um mês deste bebezinho chamado Mulheres Com Asas e há motivos para comemorar, pois, de acordo com as estatísticas do Google, ocorreram 2.063 "pageviews" no prazo de trinta dias. Isto não é pouca coisa se você considerar que estas visualizações foram de amigos meus e de amigos dos meus amigos, já que o blog ainda não pode ser encontrado por meio das ferramentas de busca. Aliás, se um dia você resolver ter o seu próprio blog via Blogger, saiba que terá que aguardar um pouco para isto acontecer, já que há uma fila de espera para ocorrer a indexação em cima dos seus marcadores, ou "tags", como você preferir chamar. Mas este não é o único motivo de eu estar tão feliz no dia hoje. Foi ontem também que concluí o curso de mergulho que me certificou, internacionalmente, como "Open Water Diver" da PADI, que significa "Professional Association of Diving Instructors". Fiz todo o curso com a Narwhal e fiquei muitíssimo satisfeita.
Para obter esta certificação, é necessário participar de um roteiro de aulas teóricas e práticas, estas na piscina. Aprovada, você segue para o "check out" (popularmente conhecido como Batismo), que é necessariamente realizado no próprio mar e consiste em quatro mergulhos, com exercícios, divididos em dois dias. E foi exatamente para isto que segui a Ilhabela neste último final de semana. Meu "check out" aconteceu na pequenina Ilha das Cabras, a qual se localiza exatamente em frente à Praia das Pedras Miúdas, na parte sul da ilha principal. Esta ilhota pertence ao Santuário Ecológico de Ilhabela, que foi criado em 1992 com a finalidade de proteger a fauna e a flora marinhas, pelo que ali são proibidas as atividades de pesca e caça submarinas. Neste ponto, a 7 metros de profundidade, está fundeada uma estátua de Netuno e, ao redor dela, há intensa vida marinha composta de diferentes espécies de peixes, algas e corais.
A experiência foi maravilhosa mas eu devo confessar, por amor à verdade, que poucas pessoas cumprem todas as rotinas em estado de serenidade e confiança. E isto se aplicou também a mim. A não ser que sua mãe tenha sido alguma daquelas vanguardistas gestantes que optaram por fazer seu parto na água, é seguro afirmar que este não é seu habitat natural, mesmo porque você nasceu e viveu até os dias de hoje respirando com seu próprio nariz. Sendo assim, para mergulhar, é necessário aprender, literalmente, a respirar com a boca e a acostumar-se com a sensação, de modo a afastar o medo e a insegurança de depender do equipamento muitos metros abaixo da linha do mar. Mas valeu o esforço, com certeza. Soube por alguns mergulhadores que você só começa a sentir-se totalmente confortável depois de vários mergulhos e alguma experiência. E é por isso mesmo que não vou desistir.
O mundo embaixo d'água, a muitos metros da superfície, é muito diferente do que se vê por aqui. Além das espécies vivas, tudo o que você encontra são a quietude e a paz. E talvez seja esta a razão para que este ambiente seja tão intrigante e atraente. Tão misterioso e desafiador. Este mundo faz você pensar, em silêncio, em sua própria vida. E ajuda você a entender todas as suas questões sob uma outra perspectiva. Mais plena e equilibrada.

(Great Barrier Reef - Queensland, Australia - foto extraída de http://www.tour-in-world.com/)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

DESENVOLVENDO A ARTE DA BARGANHA

Se existe alguém neste mundo que ama um desconto ou uma oportunidade, esta pessoa sou eu. Certa vez, meu irmão implicou comigo porque eu havia atravessado São Paulo para comprar uma coisa com 50% de desconto. Expliquei a ele, então, que, quando consigo esse tipo de negócio, sinto-me muito esperta e realizada com minha aquisição. Ele, por sua vez, engenheiro sagaz, contra-argumentou dizendo que se sentia esperto e realizado quando percebia que tinha a capacidade econômica de pagar o dobro para não dar um único passo. Essa é a prova viva de que dois irmãos criados juntos podem ser muito diferentes.
No caso das viagens, gosto de fazer os meus próprios roteiros, mas não por economia, já que, como você deve imaginar, os pacotes turísticos são elaborados com base em acordos e parcerias e saem bem mais em conta. Esta minha opção, assim, tem relação exclusivamente com o prazer e a liberdade de criar meu próprio roteiro dos sonhos, o que não quer dizer, evidentemente, que eu abra mão de todas as pesquisas que sejam possíveis para conseguir as melhores tarifas.
Como eu já mencionei anteriormente, existem inúmeros sites de hotéis que permitem uma ampla busca. Estes mesmos sites, em sua maioria, trazem também ofertas de passagens aéreas, aluguéis de carro, passeios e tudo o mais que você for precisar. E é só começar a pesquisar para você familiarizar-se e apaixonar-se pelas milhares de opções disponíveis, muitas vezes com preços incríveis.
Após estar ambientada com este tipo de compra, você pode partir para uma outra modalidade, um pouquinho mais complexo. No caso de hotéis e aluguel de carros, existem alguns sites que oferecem descontos ainda maiores, alguns por volta de 60%, desde que você concorde em fazer a reserva sem saber exatamente onde vai ficar ou o modelo do veículo. Explico: no caso da  Priceline, por exemplo, existe uma opção para hotéis chamada Name Your Own Price (ou NYOP), que é parecida com um leilão, embora você não esteja concorrendo com ninguém. Você delimita a cidade, data, área e classificação de hotel e lança uma oferta de valor a seu gosto. Caso ela venha a ser aceita, você é notificado imediatamente e então fica sabendo em qual hotel foi possível aplicar seu "bid". Se sua oferta não for aceita, você pode alterar os critérios de busca, ou, então, deve esperar 24 horas para lançar outra oferta em patamar maior. Particularmente, gosto deste sistema e o considero confiável. A única ressalva que faço é que você não pode alterar ou cancelar este tipo de reserva.
Outra empresa que trabalha assim é a Hotwire, que traz a opção "Get a Ridiculously Low Rate". No site, há uma explicação clara para esta opção: quando os hotéis estão com pouca ocupação, disponibilizam vagas com tarifas bem abaixo do mercado, desde que seu nome permaneça oculto. Por fim, a  Rental Cars trabalha da mesma forma, com as principais locadoras do mundo.
Como você vê, amiga viajante, existe um mundo de descontos pronto para ser descoberto, sendo que, de minha parte, considero-me uma ávida exploradora. E, embora minhas reservas sejam sempre feitas com meu cartãozinho Visa, posso dizer que, ao menos para mim, conseguir um hotel ou um carro por uma tarifa baixíssima é sempre uma enorme alegria que não tem preço. 

(Quiroga Market,  Michoacan de Ocampo, México - foto extraída de http://www.allposters.com.br)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O DIÁRIO SECRETO DE UMA FLASHPACKER

Foi aguardando o voo para o insano Aeroporto de Lukla, no Nepal, que conheci um simpático casal de europeus, na faixa dos trinta e poucos anos, que trabalhava no mercado financeiro suíço. Ali eles começavam uma jornada de volta ao mundo que duraria exatos nove meses, ou, se você preferir, o tempo de uma gestação. Nosso trajeto até o Campo Base do Everest não era exatamente o mesmo, mas nos cruzamos algumas vezes na montanha, até que, dezoito dias depois, coincidentemente acabamos nos reencontrando para o retorno, quando definitivamente nos tornamos amigos. E ali mesmo, naquele país, seguimos juntos para um safári no esplêndido Chitwan National Park, que é considerado o último reduto da selva asiática. No longo percurso rodoviário até esse nosso destino, observei que minha amiga não desgrudava de seu diário. E, ao longo de alguns dias de convivência, constatei que ela tinha razão. Uma viagem de nove meses não é para qualquer um, pelo que ela se empenhava em anotar no seu diário todos os detalhes da jornada. E não é só. Ela colava nas páginas da agenda tudo o que fosse capaz de lembrá-la, no futuro, daqueles dias maravilhosos. Sabe aqueles diários de adolescente, com papéis de bala, guardanapos, flores secas, caixinhas de fósforo, cartõezinhos, bilhetinhos? Pois então. Era assim. E confesso que achei uma ideia maravilhosa, muito embora, verdade seja dita, não seja do meu feitio ter disposição para anotar meu "schedule" diário em páginas cor de rosa. De todo modo, havia informações preciosas naqueles escritos.
Para viabilizar sua longa viagem, meus amigos haviam adquirido tickets aéreos RTW - Round The World, que consistem em excelentes programas de companhias aéreas para visitas a até três continentes e preço aproximado de US$3.000,00 para o total de 15 a 20 voos e 29.000 milhas. Tratando-se, assim, de muita informação, a agendinha também se prestava a tais anotações e ao próprio plano de viagem, assim entendidos mapas, hotéis, endereços, telefones importantes, moedas locais, fuso horário e tudo o mais que eles fossem precisar. 
Ao final de nosso passeio na selva nepalesa e em meio a serpentes e elefantes, consegui convencer meus amigos a incluírem sua vinda ao Brasil e, sete meses depois, fui buscá-los no Aeroporto de Guarulhos. Nos divertimos muito aqui em São Paulo e a mim coube a tarefa de recolher cartõezinhos de visita e "folders" em todas as padarias, restaurantes, lojas e outros lugares em que estivemos. Mas o difícil mesmo ficou por conta de explicar aos atendentes.
Fica a dica, portanto, e também minha solene promessa: eu, Viviane, prometo que em minha próxima viagem vou tentar escrever um diário, tal qual minha amiga Tina. De toda forma, se eu não conseguir, pelo menos o blog estará garantido. Melhor assim.
(Backpacking X Flashpacking: flashpacking is a neologism used to refer to an affluent backpacker. Whereas backpacking is traditionally associated with budget travel and destinations relatively cheap, flashpacking has an association of more disposable income while traveling and has been defined simply as backpacking with a bigger budget. Fonte: Wikipedia)

(superfície da Pedra de Rosetta - British Museum - Londres, Inglaterra - foto extraída de http://heritage-key.com)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

EM BUSCA DO HOTEL PERFEITO

Adoro montar minhas próprias viagens. Quando você opta pelo D.I.Y., acaba fazendo tantas e tantas pesquisas que, quando chega a seu destino, tem a sensação de que boa parte daquilo já lhe é familiar. Um claro exemplo disso é o processo de escolha de seus hotéis. Cada pessoa tem uma metodologia para fazer isso. Vou dizer qual é a minha. De saída, para eleger o local em que você vai se hospedar, é preciso ter uma visão geral da cidade. Para tanto, a primeira coisa que faço é comprar um bom guia de viagem. Depois, considerando que algumas das informações podem não estar 100% atualizadas, passo a checar tudo o que encontro nos sites das próprias cidades, em que há aqueles clássicos: "onde hospedar-se", "onde comer", "o que visitar", "onde comprar". Por fim, procuro nos blogs de viagem as melhores dicas para o meu destino. Terminada essa etapa e já tendo o mínimo conhecimento teórico sobre o lugar, passo à fase de procurar o melhor hotel para minha estadia.
Primeiro, estabeleço um "budget/noite". Em seguida, passo a buscar os hotéis em algum site especializado e coloco a opção de ordenação pelo "preço". Embora a busca pela "classificação" dos hotéis também possa ser uma boa alternativa, a procura por meio do valor pode render melhores resultados, pois muitas vezes há acordos de tarifas super promocionais. Seleciono, então, os hotéis de meu interesse e leio todos os comentários que puder encontrar. A principal fonte de "reviews" na net está no TripAdvisor. Note que abaixo de cada comentário está o perfil do viajante (ex: viajou sozinho, viajou com amigos, viajou em lua de mel, viajou com filhos, etc), o que garante uma apuração bem precisa da adequação do hotel ao seu gosto.
Por fim, começo as pesquisas propriamente ditas para fins de comparação de ofertas. Há vários sites de hotéis bastante confiáveis. Além do próprio TripAdvisor, gosto muito do recentíssimo Google Hotel Finder e também do  Expedia, que costuma ter uma maior gama de hotéis e normalmente oferece as melhores tarifas. Mas há outras boas opções também, como o Booking, a Hotels, o Lonely Planet, a Decolar e o Priceline. Este último site permite também a opção de lances para tarifas de hotéis, o que explico melhor num outro dia.
Eu sei que muitas pessoas têm receio de fazer reservas "on line", mas o que eu posso dizer é que já comprei em todos estes sites, fornecendo o número de meu cartão de crédito, e jamais tive qualquer problema.  Já precisei, inclusive, cancelar reservas e os créditos foram lançados na minha fatura seguinte normalmente. 
Se você nunca entrou num site desses, recomendo que dê uma espiada mesmo que seja apenas para deslumbrar-se com as literalmente milhares de opções e dicas de viagem. É absolutamente tentador. E se você, por outro lado, está pensando mesmo em viajar, não tenha receio em fazer sua própria garimpagem. Há verdadeiros tesouros valiosos escondidos por aí. Basta procurar.

(Hotel Villa Campomaggio, Radda in Chianti, Itália - foto extraída de http://www.splendia.com/)